França avalia volta do confinamento diante da alta de casos da Covid-19

Mais de 8.000 novos casos de coronavírus foram contabilizados no país nas últimas 24 horas

França adota novas medidas para quarentena. Foto: Philippe Lopez/AFP

Apoie Siga-nos no

Em entrevista à rádio RTL, o presidente do Conselho Científico, Jean-François Delfraisssy, disse na quinta-feira 9 que é preciso evitar um novo confinamento para lutar contra o avanço do coronavírus no país. Mas, ao mesmo tempo, reconheceu que essa hipótese não pode ser descartada e não exclui a adoção de medidas locais.

 

“Eu e o Conselho Científico estamos convencidos de que não devemos instaurar um novo confinamento, o desafio é sanitário e econômico”, declarou Delfraissy. “Ao mesmo tempo, observamos há várias semanas, que o vírus voltou a circular de maneira mais ativa na França, e de forma preocupante em algumas regiões”, frisou.

Segundo ele, as unidades de terapia intensiva dos hospitais franceses devem receber uma nova onda de pacientes a partir de outubro em algumas regiões. Delfraissy lembrou que, atualmente, mais de cinco mil pessoas estão hospitalizadas, o que não acontecia desde o dia 11 de agosto. “Vamos fazer de tudo para não confinar novamente, mas essa medida não está excluída em caso de situação crítica”, reiterou.

O presidente do Conselho Científico insistiu na responsabilidade individual e na aplicação da distância física mínima de um a dois metros, que não é suficientemente respeitada, na sua opinião. “Devemos ser razoáveis para proteger a si mesmo e os outros”, insistiu.


O governo deve veicular em breve mensagens específicas para os jovens de 20 a 40 anos, uma das faixas etárias mais atingidas pela Covid-19, mas também para a população que integra o grupo de risco e pode desenvolver formas mais graves. As pessoas de mais de 60 anos, disse Delfraissy, e as mais vulneráveis, “devem tomar mais precauções para se proteger do vírus e os jovens adultos tomar cuidado para não transmiti-lo”, declarou.

O presidente do Conselho Científico francês declarou que os mais velhos e frágeis devem “evitar alguns encontros” – as reuniões de família e amigos são responsáveis pela maior parte das contaminações. Segundo ele, “temos que ter essa noção de que o risco zero não existe e que entramos em um período de gestão de riscos”, insistiu.“Aprender a viver com a Covid-19 é essencial. ”

Em relação à população mais jovem, ele fez uma crítica direta: “é uma faixa etária que decidiu não aplicar as medidas de distância física e tomou a decisão errada de continuar a viver normalmente e se testar. ”

 

Vacina contra a gripe

Delfraissy também aconselhou as pessoas a se vacinarem contra a gripe neste inverno, que protege os mais frágeis. Ele também criticou a queda na taxa de vacinação contra a gripe entre os profissionais da saúde.”A França, infelizmente, é recordista nesse quesito”, lamentou. Mais de 8.000 novos casos de Covid-19 foram contabilizados na França nas últimas 24 horas.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.