Um levantamento realizado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) demonstrou que 86% dos casos já testados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) ao longo do ano no País deram positivo para a covid-19, uma porcentagem que demonstra a grande prevalência do coronavírus entre os pacientes ainda sob investigação de diagnóstico.
O relatório é divulgado pelo sistema InfoGripe da Fundação, que analisa semanalmente as notificações de SRAG no Brasil e as contextualiza no cenário da pandemia de coronavírus. “Os casos de SRAG são de notificação obrigatória e incluem hospitalizações de pacientes que apresentaram sintomas como febre, tosse ou dor de garganta e dificuldade de respirar e óbitos de pessoas que apresentaram esses sintomas, mesmo que não tenham sido hospitalizadas”, explicam.
Do total de 26.062 casos já reportados no ano, cerca de 4.828 tinham resultado laboratorial positivo para algum
vírus respiratório até o dia 04 de abril, quando se encerrou a semana epidemiológica 14. Desses, ao menos 15.107 aguardavam resultado.
No entanto, de acordo com os dados compilados pelo Ministério da Saúde até a segunda-feira 13, já havia 4.926 casos de coronavírus entre os registros de SRAG – ou seja, o porcentual continua crescendo -, e o número já havia pulado para 31.605 casos em investigação.
“Eram 3% na semana 8 do boletim (de 16 a 22 de fevereiro) e na última semana somaram 86% dos casos positivos, o que indica grande prevalência do novo coronavírus entre os novos casos”, diz a Fiocruz.
Para os pesquisadores, os índices demonstram a importância da manutenção das medidas de isolamento social, já que ainda há subnotificação dos casos diários da covid-19 em razão da demora de confirmação final dos pacientes infectados. “A aparente desaceleração ainda é muito leve e é preciso que as medidas sejam mantidas para que nosso sistema de saúde não seja sobrecarregado”, reforça o coordenador do sistema InfoGripe.
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