Fiocruz: 17 estados e Distrito Federal têm mais de 90% das UTIs ocupadas

Para reverter contexto, pesquisadores reafirmam necessidade de combinar medidas de contenção e redução das pressões sobre o sistema de saúde

Foto: TARSO SARRAF / AFP

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A Fundação Oswaldo Cruz divulgou, nesta quarta-feira 31, que “o quadro geral do país se mantém extremamente crítico” em relação à Covid-19.

“Dezessete estados e o Distrito Federal encontram-se com taxas de ocupação de leitos de Covid-19 para adultos superiores a 90%”, diz o Boletim do Observatório Covid-19.

“Neste novo patamar da pandemia, a situação mudou drasticamente. Se Manaus (Amazonas), com o colapso do seu sistema de saúde, constituiu um alerta do que poderia ocorrer em outros estados, a situação hoje de São Paulo (São Paulo) é um alarme do quanto esta crise pode ser mais profunda e duradoura do que se imaginava até então”, destacam os pesquisadores.

“É importante ainda lembrar que as medidas de restrição de mobilidade, adotadas nos últimos dias por diversas prefeituras e estados, ainda não produziram efeitos significativos sobre as tendências de alta de todos os indicadores que vêm sendo monitorados pelo Observatório. Esses indicadores sempre estão defasados no tempo, e que o crescimento do número de casos na última Semana Epidemiológica (21 a 27 de março) pode ser resultado de exposições ocorridas em meados de março”, acrescentam.

De acordo com a Fiocruz, as taxas de ocupação de UTIs são:

Norte: Rondônia (98%), Acre (97%), Amapá (100%) e Tocantins (97%);


 Nordeste: Piauí (96%), Ceará (94%), Rio Grande do Norte (95%) e Pernambuco (97%);

Sudeste: Minas Gerais (94%), Espírito Santo (94%) e São Paulo (92%);

Sul: Paraná (93%), Santa Catarina (99%) e Rio Grande do Sul (95%);

Centro Oeste: Mato Grosso do Sul (100%), Mato Grosso (97%), Goiás (94%) e Distrito Federal (97%).

 

Para reverter o contexto atual, os pesquisadores reafirmam a necessidade de combinar medidas de contenção (lockdown) por cerca de 14 dias – tempo mínimo necessário para redução significativa das taxas de transmissão e número de casos (em torno de 40%) e redução das pressões sobre o sistema de saúde –, medidas de resposta para a adequação de oferta de leitos e a ampliação das ações de saúde da Atenção Primária em Saúde (APS), com abordagem territorial e comunitária.

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