Saúde
Farmacêutica faturou R$ 142 milhões com venda do ‘kit Covid’
EMS, produtora dos medicamentos, informou à CPI da Covid que faturamento foi oito vezes maior do que no ano anterior
A empresa farmacêutica EMS informou à CPI da Covid que faturou 142 milhões de reais em 2020 com medicamentos do chamado ‘kit covid-19’, divulgados pelo governo federal como uma solução para o enfrentamento da Covid, mas comprovadamente ineficazes. O valor registrado é 8 vezes maior ao registrado no ano anterior. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Só a ivermectina foi a responsável por metade do faturamento da empresa, registrando a marca de 71,1 milhões de reais em vendas. Em 2019, a soma com a venda do medicamento era de apenas 2,2 milhões.
Cloroquina
A EMS também produz a hidroxicloroquina, principal componente do tal ‘kit covid’. Com a venda do medicamento. a empresa faturou 20,9 milhões de reais em 2020, segundo informou à CPI.
Neste ano, a farmacêutica já embolsou mais de 11 milhões com o comprimido e projeta outros 19,2 milhões no segundo semestre.
Bolsonaro apostou tão alto no chamado ‘kit Covid’ que ordenou que o Laboratório do Exército Brasileiro produzisse o medicamento em larga escala. Ao todo, foram 3,2 milhões de comprimidos feitos pelos militares. O país ainda recebeu uma doação de 3 milhões de comprimidos dos Estados Unidos, governado por Donald Trump na ocasião.
Diferentemente das vacinas, os insumos para a produção do remédio em solo nacional foram negociados em tempo recorde pelo governo. Documentos obtidos pela CPI da Covid mostram que os e-mails trocados entre o governo brasileiro e a diplomacia da Índia aconteceram de forma acelerada. Algumas mensagens foram respondidas em apenas 15 minutos pela diplomacia brasileira, outras à noite e algumas no fim de semana.
A azitromicina é outro remédio que faz parte do kit. O comprimido também não é eficaz contra a doença, ainda assim somou 46,2 milhões de reais aos cofres da EMS no ano passado.
Contrariando recomendações
A divulgação e uso do ‘kit Covid’ pelo governo federal de Jair Bolsonaro contraria recomendações científicas do mundo todo. Dezenas de pesquisas já comprovaram que o chamado tratamento precoce não funciona e ainda pode trazer outras complicações ao paciente.
O uso do kit, porém, segue sendo alardeado pelo governo. A postura de Bolsonaro e sua equipe estão sendo investigadas pela CPI.
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