‘Existe segurança atestada’, diz Queiroga sobre vacina contra Covid para crianças

Enquanto isso, Bolsonaro continua em sua cruzada para impor obstáculos à imunização e cobra publicamente uma propaganda antivacina

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Foto: Evaristo Sá/AFP

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mencionou nesta quinta-feira 13 a “segurança atestada” da vacina pediátrica da Pfizer contra a Covid-19 destinada a crianças de 5 a 11 anos. O bolsonarista participou de uma cerimônia simbólica pelo recebimento do 1 lote de doses do imunizante.

Queiroga também destacou que, em meio à disparada de casos da variante Ômicron, “aqueles que se internam nos hospitais e nas unidades de terapia intensiva são em grande maioria indivíduos não vacinados”.

As vacinas infantis, disse o ministro, “poderão ser aplicadas nos filhos dos pais que assim desejarem, nas nossas salas de vacinação, atendendo os critérios estabelecidos pela Anvisa”.

“Apesar de recentes, essas vacinas têm sido aplicadas nos principais sistemas de saúde no mundo. Começou em novembro, sobretudo nos Estados Unidos, onde mais de 8 milhões de doses foram aplicadas em crianças de 5 a 11 anos, e não têm sido notificados eventos adversos maiores”, declarou. “Portanto, até o que sabemos no momento, existe segurança atestada não só pela Anvisa, mas por outras agências regulatórias, para aplicação dessas vacinas“.

Chefe de Queiroga, o presidente Jair Bolsonaro continua em sua cruzada para impor obstáculos à vacinação. Na última quarta-feira 12, ele disse que cobra do ministro da Saúde uma propaganda que, na prática, seria contra a imunização, por meio da divulgação de dados de dados não comprovados sobre supostos efeitos adversos.

“Eu cobrei ontem [terça-feira 11] do ministro Queiroga a divulgação das pessoas com efeito colateral. Quantas pessoas estão tendo reações adversas no Brasil pós-vacina? Quantas pessoas estão morrendo por outras causas e estão sendo creditadas ao Covid?”, disse o ex-capitão em entrevista ao canal bolsonarista Gazeta do Brasil.


Bolsonaro usou boa parte do tempo para criticar a imunização de crianças entre 5 e 11 anos. Na conversa, repetiu a sugestão de que as mortes de mais de 300 crianças não justificariam a imunização. Para defender seu ‘argumento’, insinuou que o número de óbitos infantis estaria sendo superdimensionado por governadores para obterem recursos para seus estados.

“Quantas crianças de 5 a 11 anos morreram de Covid? É quase zero, número bastante pequeno. Esse número pequeno é de criança com comorbidade e ainda acontecia que chegava uma criança ou adulto com traumatismo craniano por um acidente no hospital, quase instantaneamente ele era colocado com Covid também, porque nos estados um governador ganhava 2 mil por ser Covid. Essas verdades você é criticado quando fala”, repetindo uma tese conspiracionista do início da pandemia no Brasil.

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