Saúde
EUA liberam uso de remdesivir para tratar Covid-19
Não está comprovado que o medicamento reduza a mortalidade


A agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA) deu plena autorização nesta quinta-feira 22 ao antiviral remdesivir para ser usado no tratamento de pacientes hospitalizados para Covid-19, confirmando a autorização condicional acordada em maio, informou o fabricante Gilead.
O laboratório Gilead anunciou que recebeu autorização para o medicamento e ressaltou que por enquanto é o único tratamento específico contra Covid-19 aprovado após um processo de verificação mais rigoroso e definitivo.
Outros tratamentos receberam autorizações de uso de emergência, que são temporários e concedidos com base a dados menos completos do que uma autorização plena, e podem ser revogadas ao final do estado de urgência sanitária.
As ações da Gilead subiram 4% na Bolsa de Valores de Nova York após o anúncio.
Outros tratamentos estão disponíveis há meses nos hospitais, graças a autorizações temporárias ou porque são medicamentos relativamente banais, como o corticoide dexametasona.
A Europa e outros países também autorizaram o remdevisir de forma temporária desde a primavera no hemisfério norte.
O remdesivir foi um dos primeiros medicamentos a mostrar eficácia relativa nos testes rigorosos para reduzir em vários dias o tempo de recuperação de pacientes hospitalizados.
Mas não se comprovou que reduza a mortalidade.
Poderá ser dado a adultos e crianças a partir de 12 anos e pesando mais de 40 quilos, caso precisem de hospitalização, e só poderá ser administrado por via injetável em um centro médico ou meio equivalente. Outra autorização emergencial foi acordada paralelamente para crianças com menos de 12 anos que pesem pelo menos 3,5 quilos.
O presidente americano, Donald Trump, que se contagiou com a Covid-19 no começo de outubro, recebeu este tratamento durante cinco dias, além de outros.
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