Enquanto sobra cloroquina, faltam insumos para pacientes graves de covid

Ministério da Defesa informou que a produção do medicamento custou 1,1 milhão desde o início da pandemia

Presidente Jair Bolsonaro. Foto: AFP

Apoie Siga-nos no

Em 22 estados e no Distrito Federal faltam insumos para atendimento de casos graves de Covid-19. Por outro lado, sobra cloroquina, medicamento defendido pelo presidente Jair Bolsonaro para o tratamento da doença.

A informação é do UOL, que teve acesso a um levantamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

O estudo usou dados de 1.500 hospitais de referência para o tratamento de pacientes com o novo coronavírus.

A lista de remédios em falta inclui 22 sedativos, anestésicos, analgésicos e bloqueadores neuromusculares, o chamado kit intubação.

O quadro tem levado hospitais a recusar pacientes e feito médicos usarem morfina em substituição aos medicamentos apropriados.

Segundo a reportagem, além dos 22 estados que estão no vermelho, Paraná, São Paulo e Espírito Santo estão em amarelo e Minas Gerais é o único que não sofre com falta dos insumos.


A classificação por cores é utilizada em estados para definir a duração dos estoques de medicamentos nos hospitais.

A responsabilidade da compra desses medicamentos é de Estados e Municípios, mas na pandemia  também passou a ser do Governo Federal.

Excesso de cloroquina

Já a cloroquina —medicamento que ainda não tem eficácia comprovada pela ciência para o tratamento da covid-19— tem sido acumulada em estoques.

O Ministério da Defesa tem hoje 4 milhões de comprimidos de cloroquina e hidroxicloroquina estocados e já distribuiu outros 5 milhões para todo o país.

Em março, a pasta adquiriu 3 milhões de comprimidos de cloroquina 150 mg, produzidos pelo Laboratório Químico Farmacêutico do Exército.

O Ministério informou que a produção dos 3 milhões de comprimidos de cloroquina custou 1,1 milhão de reais desde o início da pandemia até o momento.

O Exército afirmou que não foram necessários investimentos a mais ou adequações no laboratório da Força, que produz cloroquina desde 2000 para o combate à malária.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.