Saúde

Em meio ao aumento da pandemia, capitais têm mais pessoas nas ruas

Cidades como Manaus, Fortaleza, Goiânia, Belém, Salvador e Curitiba apresentaram queda nos índices de isolamento nas últimas semanas

Em meio ao aumento da pandemia, capitais têm mais pessoas nas ruas
Em meio ao aumento da pandemia, capitais têm mais pessoas nas ruas
Coronavirus no Brasil Foto: Agência Pará/Fotos Públicas
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O isolamento social da população diminuiu em todas as capitais brasileiras entre a última semana de março e os primeiros dias de abril. O aumento da circulação das pessoas foi verificada com base na localização de 60 milhões de telefones celulares no País, compilada pela empresa In Loco, e tem sido analisada por pesquisadores brasileiros para determinar a relação do movimento nas ruas com o grau de contágio pelo novo coronavírus.

Segundo o levantamento, entre as dez maiores capitais do País, a que apresentou maior proporção de pessoas circulando nas últimas semanas foi Manaus. De acordo com o último levantamento do ministério da Saúde, o estado do Amazonas tem 804 casos confirmados e 30 óbitos. A capital é uma das mais afetadas pela covid-19. Mesmo assim, menos da metade da população se manteve em casa durante a última semana – a média nos dias de semana ficou abaixo dos 48% de isolamento. O aumento de cerca de 17 mil pessoas nas ruas preocupa especialistas pela baixa no isolamento, além da baixa quantidade de leitos em relação à população.

Na terça-feira, 7, a Secretaria de Saúde amazonense admitiu que espera um colapso no sistema de saúde para os próximos dias, considerando intensidade do contágio e o número reduzido de leitos na cidade.

Um dos maiores aumentos na circulação de pessoas ocorreu na capital do Ceará, Fortaleza. Cerca de 59% da população manteve-se em casa durante a última semana de março. Na semana passada o índice caiu seis pontos porcentuais, para 53%. Isso pode representar cerca de 158 mil pessoas a mais nas ruas. Goiânia, Belém, Salvador e Curitiba vêm logo em seguida, com os menores níveis de isolamento.

No Rio, por exemplo, a diferença de quatro pontos porcentuais de uma semana para outra pode significar ao menos 252 mil pessoas a mais nas ruas.

Variações maiores foram verificadas em capitais com populações menores. Florianópolis, em Santa Catarina, registrou o maior aumento na circulação de pessoas. Durante os dias de semana, entre 23 e 27 de março, a cidade chegou a ter 65% da população dentro de casa. Na semana seguinte, a média caiu para 55%.

A equipe de cientistas que acompanha o estudo, representantes do Ministério da Saúde, Universidade de Brasília (UnB), Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) – já confirmou que o aumento da reclusão no fim de março evitou infecções e internações.

Segundo último boletim do ministério da Saúde, o País registrou, em 24 horas, 133 mortes e mais de 2 mil casos confirmados. Os óbitos chegam a 800 e os casos confirmados a 15.927.

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