Doria declara calamidade pública e Covas anuncia hospitais de campanha

Pacaembu e Anhembi serão adaptados para atender pacientes de coronavírus e parques públicos, como o Ibirapuera, serão fechados

O governo de São Paulo não prevê testagem em massa na população de São Paulo. Foto: Governo de SP

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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), anunciaram nesta sexta-feira 20 a declaração de Estado de Calamidade Pública, que valem para o estado e todos os municípios, e listaram medidas para a “terceira fase” da Covid-19 em São Paulo – como a construção de leitos de baixa complexidade e a venda do álcool gel à preço de tabela para a população.

A coletiva também deve espaço para críticas ao governo federal. João Doria comentou sobre observações do presidente Jair Bolsonaro em relação à restrições impostas no estado, como o fechamento de shoppings, o que, para ele, poderia impactar na economia.

“Em relação ao presidente Bolsonaro, nós estamos fazendo aquilo que ele não faz, que é liderar o processo, liderar a luta contra o coronavírus, estabelecer informações claras, não minimizar o processo. Ele não faz, e quando faz, faz errado”, disse o governador.

Os anúncios de calamidade pública estadual e municipal serão publicados nos Diários Oficiais no sábado 21. Doria ressaltou que a medida, por parte do Estado, não tem intenção de gerar pânico, mas sim de flexibilizar e agilizar decisões do governo para conter o avanço do vírus. “Isso dá facilidade de ações para o governo e os municípios, permite uma atuação mais rápida e simplifica o processo de compras e aquisições de serviços essenciais”, explicou em coletiva concedida no Palácio dos Bandeirantes.

Na testagem dos casos, o Instituto Butantã e os laboratórios da Universidade de São Paulo também aumentaram a capacidade de identificação da Covid-19, afirmou David Uip, médico do Centro de Contingência do Coronavírus.


Além disso, Doria anunciou medidas de restrição importantes que passam a valer na segunda-feira 23, como o fechamento dos parques estaduais, do Zoológico de São Paulo e a alteração em serviços essenciais como o Poupatempo, o Detran (Departamento de Trânsito) e a Junta Comercial, que passam a operar somente em regime remoto – pela internet e telefone – e com esquema de plantão.

No âmbito da corrida aos supermercados, o governador afirmou categoricamente que o estado não corre risco de desabastecimento, e pediu para que a população compre “dentro de seu padrão e bom senso”. Em relação ao álcool gel, no entanto, devido à grande procura, todos os mercados e farmácias do estado passarão a vender o produto à preço de custo e cada cliente será limitado a adquirir duas unidades por compra.

Na segunda-feira 23, também começa, nos postos de saúde, a campanha de vacinação contra a gripe – que, apesar de não estar relacionada á prevenção contra o coronavírus, imuniza grupos sensíveis.

“Fase três” de coronavírus já é realidade, afirma Covas

Por parte da Prefeitura, a medida que mais chama atenção é a construção de 2000 leitos de baixa complexidade no estádio do Pacaembu (200) e no Sambódromo do Anhembi (1800). Segundo Covas, os leitos já fazem parte da terceira fase da Covid-19 na cidade – que foi antecedida pela informação de como se prevenir e pelas medidas de isolamento social, respectivamente. Os leitos são refrigerados e voltados à observação de pacientes da rede pública.

Os parques municipais também serão fechados – o mais emblemático deles, o Ibirapuera, teve um aumento no número de frequentadores nos últimos dias, apontou Bruno Covas. “A própria vigilância sanitária, que era contra o fechamento, recomendou isso depois”, disse o prefeito.

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