Saúde

DNA herdado de neandertais pode provocar sintomas mais graves de Covid

Presença de sequência genética aumenta em três vezes a chance de um paciente precisar de ventilação mecânica

DNA herdado de neandertais pode provocar sintomas mais graves de Covid
DNA herdado de neandertais pode provocar sintomas mais graves de Covid
Pesquisador do Instituto Max Planck. Foto: Divulgação/MPI f. Evolutionary Anthropology Pesquisador do Instituto Max Planck. Foto: Divulgação/MPI f. Evolutionary Anthropology
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Pacientes infectados pelo coronavírus que possuem um segmento de DNA do homem de Neandertal, herdado do cruzamento com o genoma humano há cerca de 60 mil anos, são mais suscetíveis a complicações graves de Covid-19, de acordo com pesquisadores do Instituto Max Planck de Evolução Antropológica, na Alemanha. O estudo foi publicado nessa quarta-feira 30 na revista científica Nature.

 

A presença de uma sequência genética herdada desse primo distante da espécie humana aumentaria em três vezes a probabilidade de um paciente precisar de ventilação mecânica. “É surpreendente descobrir que a herança genética do Neandertal tem influências trágicas durante a atual pandemia”, afirmou um dos coautores da pesquisa, Svante Paabo, diretor do departamento de genética do instituto.

A Covid-19 se manifesta por meio de uma grande variedade de sintomas, que dependem, por exemplo, de idade, sexo, condição médica e fator genético.

Até agora, pesquisas realizadas pela organização “Covid-19 Host Genetics Initiative” revelaram que uma variante genética de uma região do cromossomo 3 – um dos 23 que compõem o genoma humano – estava associada às manifestações mais graves da doença. Essa mesma região já era conhecida por abrigar o código genético do Neandertal, o que levou Svante Paabo e seu colega, Hugo Zeberg, a buscarem uma possível ligação com a Covid-19.

Quem é que tem?

Esse segmento potencialmente perigoso para pacientes com Covid-19 não está distribuído uniformemente no mundo, de acordo com o estudo.

Está presente em quase metade da população do Sul da Ásia, com Bangladesh tendo a maior proporção (63%) – o que poderia explicar por que os cidadãos desse país que vivem no Reino Unido têm o dobro de probabilidade de morrer por Covid-19.

Também é compartilhado por 16% dos europeus e 10% dos latino-americanos, embora esteja praticamente ausente do genoma dos habitantes do Leste Asiático e da África.

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