Política

Dez estados que anunciaram flexibilização não divulgaram dados completos de leitos

Estados forneceram dados apenas dos leitos para a covid-19, o que não é suficiente para monitorar cenário completo, diz organização

Profissionais da saúde no combate ao coronavírus. Foto: Kenzo Tribouillard/AFP
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Mesmo com um aumento generalizado de casos de covid-19 no País, alguns estados e municípios passam a divulgar intenções de planos para a retomada gradual do setor econômico, parado em decorrência da pandemia de coronavírus e da necessidade de afastamento social para conter a curva de contaminação. No entanto, alguns deixaram de apontar, para a sociedade, dados importantes para explicar tais planos. Um deles é a taxa de ocupação de leitos na rede pública de saúde, que deixou de ser publicada por 10 dos 15 estados que têm a saída da quarentena no horizonte.

A informação foi colhida pela organização Open Knowledge Brasil (OKBR), que analisa a qualidade da informação disponível sobre a pandemia. O levantamento foi divulgado na última quinta-feira 28, mas permanece sem alterações até o momento.

Seguindo padrões internacionais e parâmetros recomendados por pesquisadores, a OKBR aponta que “a qualidade da coleta de dados de taxa de ocupação de leitos de toda a rede de saúde, contágio por outros vírus respiratórios, testes disponíveis e aplicados” são três indicadores essenciais na hora de traçar uma estratégia para uma flexibilização do isolamento social.

 

No entanto, os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Amazonas, Acre, Pará, Pernambuco, Sergipe, Maranhão e Paraná, apesar de acenarem para a flexibilização das regras, não divulgaram a situação da ocupação total dos leitos. “A taxa de ocupação de leitos divulgada reflete apenas aqueles reservados para Covid-19, ou seja, não permite conhecer a situação de lotação da totalidade da rede de saúde. Esta pode estar sobrecarregada e eventualmente deixando de atender pacientes de outras doenças.”, diz a organização.

Para a Open Knowledge, a preocupação com a retomada econômica é legítima em face do desamparo que diversas famílias enfrentam no momento, mas os dados que embasam tais planos devem acompanhar os anúncios feitos pelo governo.

O Ministério da Saúde registrou 623 mortes e 12.247 infecções por coronavírus em 24 horas, segundo atualização desta segunda-feira 01. Já são 29.937 óbitos e 526.447 casos confirmados no total.

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