Saúde
Covid: sem oxigênio, hospitais de Manaus viram ‘câmaras de asfixia’
Na quarta-feira 13, a capital amazonense bateu pelo quarto dia consecutivo o recorde de sepultamentos diários: foram 198
A situação em Manaus (AM) diante do avanço do coronavírus se torna mais e mais mais dramática. Até a quarta-feira 13, o total de mortes por Covid-19 na capital passava de 3,8 mil. Tornaram-se frequentes também relatos de que não há mais oxigênio disponível em unidades de saúde da cidade, como o Hospital Universitário Getúlio Vargas.
Na quarta-feira 13, a capital amazonense bateu pelo quarto dia consecutivo o recorde de sepultamentos diários: foram 198. Destes, 87 tiveram a causa declarada como Covid-19. A Prefeitura de Manaus informou, ainda, que foram registrados 26 mortes em casa.
Com dados referentes apenas a doze dias, o mês de janeiro já registra o maior número de novos internados desde o começo da pandemia. Na capital, até a quarta-feira 13, o total de mortes por Covid-19 passava de 3,8 mil. No estado do Amazonas, o número supera 5,8 mil.
À coluna de Monica Bergamo na Folha de S.Paulo, o pesquisador Jesem Orellana, da Fiocruz-Amazônia, detalhou os depoimentos que recebeu de profissionais que atuam na linha de frente do combate à pandemia em Manaus.
“Estão relatando efusivamente que o oxigênio acabou em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque”, disse Orellana. “Acabou o oxigênio e os hospitais viraram câmaras de asfixia. Os pacientes que conseguirem sobreviver, além de tudo, devem ficar com sequelas cerebrais permanentes”.
Ao jornal, o reitor da Universidade Federal do Amazonas, Sylvio Puga, confirmou a falta de oxigênio no HUGV e informou que, devido a isso, os pacientes têm recebido atendimento via ventiladores mecânicos.
Segundo o presidente da Fundação Municipal de Saúde de Teresina, Gilberto Albuquerque, trinta pacientes internados com Covid-19 no HUGV foram transferidos à capital do Piauí na tarde desta quinta.
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