Saúde
Coronavírus: Ministério recua com proibição de cruzeiros e muda orientação para eventos
Proibição de saída de cruzeiros teria desagradado ala do governo por efeito negativo no turismo e na economia do País
O Ministério da Saúde recuou da decisão de impedir que a saída de novos cruzeiros do País devido a situação de emergência pelo novo coronavírus. A pasta atualizou, neste sábado 14, o boletim epidemiológico e retirou do texto a parte que suspenderia pontos de parada de cruzeiros marítimos. As informações são da Folha de S. Paulo.
Ainda de acordo com a apuração da reportagem, a atualização também recua sobre a necessidade de manter todo viajante internacional em isolamento domiciliar por até sete dias a partir da data de desembarque, mesmo sem sintomas do vírus.
A pasta também mudou a recomendação de adiamento e cancelamento de eventos de massa. Antes, a medida já era sugerida para todos os estados a partir da sexta-feira 13. Agora, vale para áreas com transmissão local do vírus. São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia já têm registros desse tipo de transmissão.
No novo boletim, o Ministério da Saúde afirma que os ajustes foram feitos diante de sugestões recebidas, inclusive por estados e municípios.
A suspensão das rotas de navios turísticos, no entanto, teria sido contestada pelo Ministério do Turismo e Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que passaram a fazer pressão pelo recuo em relação a essa medida.
Segundo a reportagem, uma ala do governo defendeu que a suspensão de cruzeiros marítimos teria efeito bastante negativo no setor de turismo, prejudicando ainda mais a atividade econômica do país. O grupo também teria reclamado de não ter sido consultado sobre a proposta.
Apesar do recuo, técnicos do Ministério da Saúde ainda não desistiram de vedar a saída de cruzeiros. A ideia é insistir para que a ideia possa ser retomada no começo da próxima semana.
No documento, a pasta diz que a recomendação foi “retirada para revisão e ajuste, considerando a necessidade de diferenciação entre os cruzeiros em trânsito dos cruzeiros que ainda não iniciaram”. Agora, a autoridade de saúde local será responsável por analisar caso a caso a liberação para cruzeiros.
Em relação à recomendação para que todo viajante internacional fique em isolamento em casa por até sete dias, a reportagem apurou que a sugestão foi retirada por causa da dificuldade operacional, como a necessidade de orientação técnica.
O Ministério da Saúde reafirmou que fica valendo a recomendação de isolamento domiciliar de pessoas com sintomas que viajaram ao exterior.
O cancelamento de eventos também foi um ponto de embate e dificuldades junto a prefeitos e governadores. A situação fez com que o Ministério da Saúde repassasse a recomendação de cancelar ou adiar eventos de massa apenas para áreas de transmissão local. Antes, valia em qualquer situação enquanto durar a emergência pelo novo coronavírus.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.