Saúde
Coronavírus: Estudo mostra que curva de mortes no Brasil está maior que a da Espanha
Espanha é hoje o terceiro país mais afetado no mundo pela pandemia, somando mais de 22 mil mortes


O número de mortes pelo novo coronavírus no Brasil está maior do que quando a Espanha passava na mesma fase da pandemia. Foi o que mostrou um estudo feito pelo Observatório Covid-19 BR, que analisou os dados divulgados pelo Ministério da Saúde.
A Espanha, terceiro país mais atingido do mundo, registrou, nesta quinta-feira (23), 440 mortes por coronavírus nas últimas 24 horas somando 22.157 óbitos no total e 213.024 casos confirmados.
Uma das ferramentas para fazer essa análise prevê quanto tempo o coronavírus leva para dobrar o número de óbitos. Segundo o Observatório, que reúne especialistas de sete universidades brasileiras, nesta terça-feira 21, o tempo de duplicação do número de mortos por Covid-19 no Brasil era de 9 dias e 14 horas. Já na Espanha, esse número estava em 12 dias e 7 horas há duas semanas (8 de abril).
O resultado mostra que, por esse critério, o cenário no Brasil é pior que o da Espanha se comparados períodos correspondentes do avanço do coronavírus. As secretarias estaduais de Saúde divulgaram, até as 11h45 desta quinta-feira (23), 46.701 casos confirmados de infectados pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) no Brasil, com 2.940 mortes pela Covid-19.
“O Brasil teve mais tempo para se preparar, realizou um isolamento social não ideal, mas razoável, nas grandes metrópoles e nos primeiros dias da pandemia”, disse ao portal G1 o epidemiologista da Unesp, Carlos Magno Fortaleza. “No entanto, esse isolamento começa a relaxar, e com esse relaxamento nós podemos, sim, ter um aumento explosivo de mortes e chegar a uma situação semelhante à dos Estados Unidos”, pontuou.
Participam da pesquisa especialistas da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade de Berkley (nos Estados Unidos) e Universidade de Oldenburg (na Alemanha).
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