Saúde
Coronavac: Butantan revisa números e diz que lote aprovado pela Anvisa é de 4,1 milhões de doses
Uso emergencial do segundo lote do imunizante foi autorizado nesta sexta-feira 22; total de doses aprovadas da vacina chega a 10,1 milhões


A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária autorizou por unanimidade, nesta sexta-feira 22, o uso emergencial de mais 4,1 milhões de doses da Coronavac, vacina contra a Covid-19 produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac.
Votaram a favor do pedido do Butantan a relatora, Meiruze Sousa Freitas, e os diretores Rômison Rodrigues Mota, Alex Machado Campos e Cristiane Rose Jourdan, além do presidente da agência, Antonio Barra Torres.
Na segunda-feira 18, o Butantan fez à Anvisa um pedido de uso emergencial de 4,8 milhões de doses envasadas no País. A estimativa, porém, foi revista nesta sexta. O instituto informou que, após o processo de envase do lote, o total de doses foi de 4,1 milhões. 900 mil foram liberadas ainda nesta noite.
A Anvisa autorizou o uso emergencial de mais 4,1 milhão de doses da vacina do Butantan contra Covid-19. É o 2º lote do imunizante que será entregue ao governo federal. É o Butantan fazendo ciência e salvando vidas. #Podeconfiar #ÉdoButantan #VacinaDoButantan #Butantan120Anos pic.twitter.com/Q3iBubQgem
— Instituto Butantan (@butantanoficial) January 22, 2021
Antes da votação dos diretores, o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos, Gustavo Mendes, recomendou a aprovação do novo lote e destacou que não existem “alternativas” para o tratamento da Covid-19.
“Tendo em vista o cenário da pandemia, o aumento do número de casos, ausência de alterativas terapêuticas, específicas para a Covid, recomendamos a aprovação dessa vacina nessas condições, mas com monitoramento das incertezas”, declarou.
No domingo 17, a Anvisa já havia liberado as primeiras seis milhões de doses do imunizante, importadas da China. Desta vez, o aval é para vacinas envasadas no Brasil.
A própria Anvisa havia recomendado o envio do novo pedido, conforme afirmou o diretor do Butantan, Dimas Covas, no início desta semana. Segundo ele, após a aprovação do segundo lote, o Butantan poderá produzir novas doses de acordo com essa autorização. Portanto, não haveria necessidade de revisitar todo lote – o instituto poderia chegar à produção adicional de 35 milhões de doses, atingindo possivelmente 52 milhões de doses iniciais.
Gustavo Mendes explicou que o frasco da vacina referente ao segundo lote é ‘multidose’, com capacidade para dez doses. O primeiro pedido se referia a frascos ‘monodose’.
“Se essas dez doses não forem utilizadas em até oito horas, nós não conseguimos garantir a integridade e a pureza da vacina. Então, além de determinar esse prazo de até oito horas para que a vacina seja utilizada, a nossa preocupação é que as técnicas assépticas para manuseio estejam atentas para que não haja qualquer risco de contaminação desse frasco durante o uso”, acrescentou.
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