Mundo
Com 499 mortes em 24 horas, França tem novo recorde por coronavírus
País europeu ultrapassou 3,5 mil óbitos e tem 22 mil pessoas hospitalizadas
Os hospitais franceses registraram 499 novas mortes por coronavírus nas últimas 24 horas, um novo recorde durante a epidemia de Covid-19 no país. No total, a França contabiliza 3.523 óbitos, enquanto 22.757 pessoas seguem hospitalizadas.
O diretor-geral da Saúde na França, Jérôme Salomon, anunciou na noite desta terça-feira 31 novos trágicos números sobre a epidemia de coronavírus no país. No intervalo de apenas um dia, quase 500 pessoas morreram pela Covid-19 nos hospitais franceses.
A França é um dos países mais atingidos pela doença na Europa. Em 24 horas, o aumento na quantidade de contaminados foi de 17%. Na segunda-feira 30, o país contabilizava 44.550 mil pessoas testadas positivas para a Covid-19, contra 52.128 nesta terça-feira.
Entre os 22.757 hospitalizados, há 5.565 casos graves atualmente. Segundo Salomon, entre esses pacientes, 34% têm menos de 60 anos, enquanto 60% têm entre 60 e 80 anos. Nas UTIs francesas, há 68 pessoas com menos de 30 anos, indicou Salomon em coletiva de imprensa.
“Essa situação é totalmente inédita na história da medicina francesa. Apenas hoje, 458 pacientes foram levados para UTIs da França”, reiterou.
Transferência de pacientes
Salomon também ressaltou que 9.444 pessoas conseguiram se curar e deixar os hospitais da França até o momento. No entanto, lembrou que pacientes estão sendo transferidos das áreas mais atingidas pela doença, o leste e a grande região parisiense, para outros locais.
“Contabilizamos hoje 288 pacientes em estado grave que foram transferidos a regiões onde a situação é menos tensa. Esse número deve aumentar nos próximos dias e semanas”, salientou o diretor-geral da Saúde da França.
No final da coletiva de imprensa, Salomon fez um apelo: “Peço a voluntários da área da saúde, com competência em reanimação de pacientes, médicos, enfermeiros, cuidadores, e os convido a assinalar a partir de agora nas plataformas do Ministério da Saúde se estiverem disponíveis para apoiar as equipes do leste e da região parisiense”.
40 mil mortos em todo o mundo
O balanço da pandemia do novo coronavírus superou nesta terça-feira 40 mil mortos e 800 mil infectados, em uma escalada que deixou quase metade da humanidade confinada, em meio ao risco de uma recessão sem precedentes.
Três quartos dos óbitos foram registrados na Europa. A Itália continua sendo o país com o maior número de vítimas fatais no mundo pela Covid-19: são mais de 11 mil. A Espanha contabiliza cerca de 8,2 mil óbitos: 849 anunciados nesta terça-feira.
Já os Estados Unidos contam com o maior número de contaminados no mundo: cerca de 163 mil. Mais de 3 mil pessoas morreram após terem contraído a Covid-19 no país, um balanço que, segundo especialistas, pode chegar a 200 mil.
46,5% da população do planeta está confinada
Mais de 3,6 bilhões de pessoas – 46,5% da população do planeta – estão confinadas, por obrigação ou por decisão própria, segundo um balanço da agência AFP. A maioria deve cumprir um regime de confinamento obrigatório, como na Espanha, Índia, Reino Unido, França, Itália ou muitos estados dos Estados Unidos. Os demais estão submetidos a toques de recolher, vivem em cidades em quarentena ou são aconselhados a permanecer confinados, mas sem medidas coercitivas.
O respeito ao confinamento é um desafio para vários países, em especial na África e América Latina, onde milhões de pessoas vivem em uma economia em crise e em locais superpopulosos, às vezes com escassas condições de higiene.
Na América Latina, com 348 mortes e quase 15 mil infectados, vários países anunciaram a prorrogação das medidas de isolamento, em uma tentativa de evitar o colapso de seus sistemas de saúde.
No México, que registra mais de mil infectados e 28 mortos, foi declarado estado de emergência sanitária, enquanto o Panamá endureceu o confinamento. O Brasil anunciou nesta terça-feira 4.725 casos confirmados da Covid-19 e 170 mortos.
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