Saúde

Cloroquina pode causar efeitos tóxicos em vasos sanguíneos, aponta estudo

Medicamento pode causar disfunção endotelial, que levaria a doenças no coração, nos rins e nos pulmões

O presidente Jair Bolsonaro exalta a cloroquina. Foto: AFP
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Um estudo realizado na Universidade Federal do Paraná mostrou que a cloroquina pode provocar danos em células endoteliais, que servem para revestir os vasos sanguíneos. A disfunção endotelial causada pelo medicamento, diz a pesquisa, pode afetar a circulação sanguínea, levando doenças a órgãos como coração, rins e pulmões.

Os pesquisadores chegaram a essa conclusão depois de cultivar células endoteliais com cloroquina por 72 horas. Durante esse período, observou-se “estresse oxidativo” e “dano celular”, porque a célula induziu significativamente o acúmulo de organelas ácidas, aumentou o nível de radicais livres e diminuiu a produção de óxido nítrico.

Esse processo pode resultar no funcionamento incorreto ou até na morte da célula.

Além disso, o estudo observou que o comportamento das células cultivadas com cloroquina foi semelhante a de células infectadas pelo coronavírus.

Portanto, os pesquisadores concluem que a cloroquina fracassa como terapia contra a Covid-19. É certo que a cloroquina pode diminuir a replicação do vírus, mas, por outro lado, pode promover efeitos tóxicos que potencializariam a infecção viral.

A cloroquina é utilizada regularmente para o tratamento da malária e lúpus, mas foi indevidamente propagandeada pelo presidente Jair Bolsonaro como tratamento à Covid-19, por contrariar evidências científicas. Os pesquisadores da UFPR alertam que todos os medicamentos têm efeitos adversos, mas os benefícios devem superar os prejuízos.

Os resultados foram publicados na revista Toxicology and Applied Pharmacology. O estudo foi conduzido pelo pesquisador Paulo Cezar Gregorio, do Programa de Pós-Graduação em Microbiologia, Parasitologia e Patologia da UFPR, sob a orientação da professora Andréa Emília Marques Stinghen, do Departamento de Patologia Básica e do professor Fellype de Carvalho Barreto​, do Departamento de Medicina Interna da UFPR.

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