Saúde

Cientistas desenvolvem bisturi nacional para baratear cirurgias

Hoje, todos os bisturis ultrassônicos disponíveis no Brasil são importados e seu custo gira em torno de 18 mil reais

Cientistas desenvolvem bisturi nacional para baratear cirurgias
Cientistas desenvolvem bisturi nacional para baratear cirurgias
Aparelho é .Foto: Elza Fiúza/ABr
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Um grupo de cientistas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP trabalha na criação de um novo sistema de bisturis ultrassônicos para ampliar o acesso da população a este aparelho. Hoje, a tecnologia é utilizada em cirurgias faciais e em tecidos com grande circulação sanguínea. No entanto, os aparelhos em uso no Brasil são importados e seu custo é muito elevado.

Segundo o coordenador da pesquisa, Vanderlei Bagnato, cada bisturi ultrassônico custa cerca de 18 mil reais. “O preço praticado hoje é algo que não se encaixa nos padrões econômicos brasileiros”, diz Bagnato. “Nossa meta é criar um produto que custe em torno de 30% do valor do importado para conseguirmos universalizar o acesso”, completa.

O uso do bisturi ultrassônico em cirurgias não é uma questão de capricho. Ele é muito mais preciso e possui uma capacidade de cicatrização bem maior que os demais. “Com o aparelho é possível realizar cortes mais precisos em áreas muito irrigadas, como a região genital, e em um tempo menor”, conta o coordenador. O aparelho ultrassônico é muito utilizado em cirurgias abdominais, operações mamárias, ginecológicas e em tecidos delicados como a face e as pálpebras.

Outra vantagem do bisturi ultrassônico é sua capacidade de cauterizar o tecido, ao mesmo tempo, em que o corte é feito. “Com ele, o sangramento e o tempo de recuperação dos pacientes são minimizados”, afirma Bagnato.

Apesar das vantagens, a popularização do uso do aparelho ainda esbarra em seu alto custo para o sistema brasileiro de saúde. Para resolver a questão, a equipe do IFSC em parceria com a empresa WEM, de Ribeirão Preto, já desenvolveu um bisturi ultrassônico nacional, que está em fase de testes, e aguarda a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ficar disponível no mercado.

Segundo o pesquisador, o aparelho nacional possui inovações de aplicabilidade e funções que o tornarão competitivo internacionalmente. “Faremos algo nosso, acessível e que disputará o mercado internacional”, adianta.

Funcionamento


O bisturi ultrassônico nada mais é do que um aparelho que tranforma energia elétrica em vibração ultrassônicas, ou seja, em ondas com uma frequência muito alta. O aparelho em teste no IFSC trabalha com frequências entre 50 e 55 mil Hertz (Hz) por segundo, uma frequência muito superior à detectada pelo ouvido humano, que distingue sons entre 20 e 20 mil Hz.

A partir do momento em que as ondas ultrassônicas, produzidas pelo bisturi, entram em contato com a pele, as proteínas do tecido começam a se degradar e se romper. “É como se cortasse o tecido o desfazendo, como se cortasse e já cauterizasse a região”, explica Vanderlei Bagnato.

Dessa forma, o sangramento da região é reduzido e, pelo corte já estar cauterizado, os riscos de exposição e o tempo de recuperação também são reduzidos.

Já em fase final de testes, a expectativa para o lançamento do produto com tecnologia nacional é grande. “Esperamos que nosso produto possa ser comercializado já no ano que vem”, estima Bagnato, confiante.

Um grupo de cientistas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP trabalha na criação de um novo sistema de bisturis ultrassônicos para ampliar o acesso da população a este aparelho. Hoje, a tecnologia é utilizada em cirurgias faciais e em tecidos com grande circulação sanguínea. No entanto, os aparelhos em uso no Brasil são importados e seu custo é muito elevado.

Segundo o coordenador da pesquisa, Vanderlei Bagnato, cada bisturi ultrassônico custa cerca de 18 mil reais. “O preço praticado hoje é algo que não se encaixa nos padrões econômicos brasileiros”, diz Bagnato. “Nossa meta é criar um produto que custe em torno de 30% do valor do importado para conseguirmos universalizar o acesso”, completa.

O uso do bisturi ultrassônico em cirurgias não é uma questão de capricho. Ele é muito mais preciso e possui uma capacidade de cicatrização bem maior que os demais. “Com o aparelho é possível realizar cortes mais precisos em áreas muito irrigadas, como a região genital, e em um tempo menor”, conta o coordenador. O aparelho ultrassônico é muito utilizado em cirurgias abdominais, operações mamárias, ginecológicas e em tecidos delicados como a face e as pálpebras.

Outra vantagem do bisturi ultrassônico é sua capacidade de cauterizar o tecido, ao mesmo tempo, em que o corte é feito. “Com ele, o sangramento e o tempo de recuperação dos pacientes são minimizados”, afirma Bagnato.

Apesar das vantagens, a popularização do uso do aparelho ainda esbarra em seu alto custo para o sistema brasileiro de saúde. Para resolver a questão, a equipe do IFSC em parceria com a empresa WEM, de Ribeirão Preto, já desenvolveu um bisturi ultrassônico nacional, que está em fase de testes, e aguarda a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ficar disponível no mercado.

Segundo o pesquisador, o aparelho nacional possui inovações de aplicabilidade e funções que o tornarão competitivo internacionalmente. “Faremos algo nosso, acessível e que disputará o mercado internacional”, adianta.

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O bisturi ultrassônico nada mais é do que um aparelho que tranforma energia elétrica em vibração ultrassônicas, ou seja, em ondas com uma frequência muito alta. O aparelho em teste no IFSC trabalha com frequências entre 50 e 55 mil Hertz (Hz) por segundo, uma frequência muito superior à detectada pelo ouvido humano, que distingue sons entre 20 e 20 mil Hz.

A partir do momento em que as ondas ultrassônicas, produzidas pelo bisturi, entram em contato com a pele, as proteínas do tecido começam a se degradar e se romper. “É como se cortasse o tecido o desfazendo, como se cortasse e já cauterizasse a região”, explica Vanderlei Bagnato.

Dessa forma, o sangramento da região é reduzido e, pelo corte já estar cauterizado, os riscos de exposição e o tempo de recuperação também são reduzidos.

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