Saúde
Cientistas argentinos desenvolvem teste da covid-19 barato e rápido
É o primeiro teste desse tipo validado na América Latina e o segundo no mundo, sendo o primeiro japonês


Cinco cientistas do CONICET, a agência de ciência e técnica do Estado argentino, em colaboração com um laboratório local, desenvolveram um teste molecular para diagnosticar a covid-19 que promete ser mais rápido, mais simples e mais barato do que os atuais.
“Este teste é importante porque é uma ferramenta a mais. Em uma situação de pandemia, todas as ferramentas que servem para determinar condições epidemiológicas ou contribuir para o diagnóstico já são boas”, explicou à RFI Carolina Carrillo, que faz parte do grupo de pesquisa.
“Além disso, neste caso, como é uma reação molecular, possui sensibilidade e especificidade como os testes sorológicos, mas leva muito menos tempo, e é mais fácil de executar. Eu só preciso de um dispositivo térmico, que pode ser de qualquer tipo, desde que observe a temperatura estável, na temperatura de reação de 64°C, por uma hora”, detalha.
“Isso facilita a aquisição deste equipamento, mesmo pela maioria dos laboratórios, por mais simples que sejam, porque eles possuem algum tipo de aquecedor. O teste também é mais econômico, não apenas devido à ação do equipamento em si, mas também porque os reagentes são um pouco mais baratos”, enfatiza.
“Neokit-covid-19”
“Aqui no país existem outros grupos que estão desenvolvendo reações semelhantes. Não inventamos a reação, mas já tivemos uma reação química descrita desde 2000 por um grupo de japoneses; aplicamos essa reação de uma maneira que nos permite fazer um diagnóstico eficaz “, diz a Dr. Carrillo.
O chamado Neokit-covid-19 permite indicar em menos de 2 horas, a partir de uma amostra respiratória, se uma pessoa está ou não infectada com o novo coronavírus.
“O teste consiste em alguns componentes que tornam o exame muito simples de operar e em muito pouco tempo é possível amplificar molecularmente se o vírus estiver presente. Então, a olho nu, é possível detectar. Se essa amplificação molecular ocorreu, a reação muda de cor, parece azul, e isso significa que o vírus está lá originalmente. Se o vírus não estava presente, a amplificação molecular não pode ocorrer porque não possui recozimento, não há lugar para copiar no molde e a reação permanece violeta”, resume o cientista argentino.
O custo de produção de cada kit foi calculado em US$ 8 e é projetada uma produção que permitirá cerca de 200 mil testes mensais.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Governador de Nova York faz teste de coronavírus ao vivo pela TV
Por AFP
Após não divulgar teste, Bolsonaro diz que ‘talvez’ tenha sido contaminado pelo coronavírus
Por Alexandre Putti