Associação Médica Brasileira repudia o uso de cloroquina e outros medicamentos ineficazes contra a Covid

A AMB, que já apoiou a autonomia dos médicos, reconheceu que fármacos sem comprovação científica devem ser banidos do tratamento

Foto: EVARISTO SÁ/AFP

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A Associação Médica Brasileira recuou sobre o uso de medicamentos não comprovados cientificamente para tratamento da Covid-19, como hidroxicloroquina, cloroquina e ivermectina.

 

 

 

Em boletim divulgado nesta terça-feira 23, a AMB afirma reconhece que “infelizmente, medicações como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da COVID-19, quer seja na prevenção, na fase inicial ou nas fases avançadas dessa doença, sendo que, portanto, a utilização desses fármacos deve ser banida”.

A manifestação vai na contramão do que foi divulgado em julho do ano passado, quando a associação defendeu a “autonomia dos médicos” para receitar os medicamentos.


No novo texto, a AMB destaca como medidas de prevenção ao coronavírus a aceleração da vacinação, a manutenção do isolamento social, o uso de máscaras e, a ação das autoridades para solucionar a falta de medicamentos no atendimento de pacientes internados, “em especial de bloqueadores neuromusculares, opioides e hipnóticos – indispensáveis ao processo de intubação de doentes em fase crítica”.

A carta também cita procedimentos que devem ser adotados pelos médicos no tratamento de pacientes hospitalizados e em casos mais leves. O texto ainda alerta sobre os riscos da automedicação.

“Aos médicos, reafirmamos que o uso de corticoides e anticoagulantes deve ser reservado exclusivamente para pacientes hospitalizados e que precisem de oxigênio suplementar, não devendo ser prescritos na Covid leve, conforme diversas diretrizes científicas nacionais e internacionais. Aos pacientes com suspeita ou com Covid confirmada, alertamos que não se automediquem, em especial não utilizem corticoides (dexametasona, predinisona e outros); estes fármacos utilizados fora do período correto, especialmente no início dos sintomas, podem piorar a evolução da doença”.

 

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