Saúde

Após suspeita de fraude, Manaus suspende campanha de vacinação

O objetivo é replanejar a campanha e definir os critérios de quais profissionais de saúde e unidades receberão as doses do imunizante

Duas vacinas aguardam aprovação da Anvisa (Foto: Fernando Zhiminaicela por Pixabay)
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A vacinação contra a Covid-19 em Manaus foi suspensa nesta quinta-feira 21, após suspeitas de irregularidade na campanha. Segundo o governo do estado, o objetivo é replanejar a campanha e definir os critérios de quais profissionais de saúde e unidades receberão as doses do imunizante, uma vez que a quantidade disponibilizada pelo governo federal é insuficiente. A expectativa é que a campanha seja retomada na sexta-feira 22.

A suspensão foi definidas pelas secretarias de Saúde de Manaus e do Amazonas após reunião com representantes do Ministério Público Estadual, do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública Estadual, da Defensoria Pública da União e do Ministério Público do Trabalho.

Ficou definido que devem ser priorizados os profissionais mais expostos ao coronavírus e que trabalhem em unidades de referência de média e alta complexidade, que tenham contato direto com pacientes com Covid, considerando também comorbidades e idade.

Após a definição dos critérios, as unidades de saúde deverão enviar a lista nominal dos profissionais, com o setor em que cada um trabalha, para a Secretaria da Saúde de Manaus reprogramar a vacinação.

De acordo com a prefeitura de Manaus, nos primeiros dois dias de vacinação na capital, 1.140 profissionais de saúde receberam a primeira dose da CoronaVac. A Prefeitura recebeu, para esta primeira etapa da campanha, um total de 40.072 doses de vacina.

Outra dificuldade vivida pelo Amazonas é o número de doses recebidas. Na segunda-feira 18, o governo do estado informou ter recebido 256 mil doses da CoronaVac. Depois, entretanto, corrigiu o total para 282 mil vacinas. Desse montante, foram 221 mil foram distribuídas entre Manaus e outras cidades amazonenses. O governo foi questionado a respeito pela Rede Amazônica, mas não informou o que ocorreu com as 60.727 doses que sobraram.

Ministério Público investiga fraude

A interrupção da campanha acontece depois que o Ministério Público do Amazonas iniciou uma investigação para apurar possíveis desvios de vacina na cidade. A vacinação de duas médicas recém-formadas gerou revolta da população, que as acusa de furarem fila. As profissionais de saúde atuam em uma unidade básica de saúde que atende pacientes com casos leves de Covid-19.

As irmãs Isabelle Kirk Maddy Lins e Gabrielle Kirk Maddy Lins foram vacinadas na terça-feira 19, dia em que teve início a campanha na capital do Amazonas.

Chama a atenção o fato de as duas médicas terem sido contratadas para cargos comissionados na Secretaria Municipal de Saúde no dia 18 deste mês. Um decreto assinado pelo prefeito David Almeida (Avante) oficializa a contratação de Gabrielle como gerente de projetos. A irmã, Isabelle, teve a contratação publicada no Diário Oficial do Município um dia depois e foi lotada no gabinete do prefeito.

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