Saúde
Anvisa proíbe comercialização de 3 marcas de ‘café fake’ que continham substância tóxica
As empresas Melissa, Pingo Preto e Oficial comercializavam ‘pó para preparo de bebida sabor café’


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão de três marcas que vendiam produtos disfarçados de café no mercado brasileiro. As empresas Melissa, Pingo Preto e Oficial comercializavam “pó para preparo de bebida sabor café” com ingredientes inadequados e presença de toxinas nocivas à saúde humana.
A decisão, tomada nesta segunda-feira 2, culmina uma investigação que começou com inspeções do Ministério da Agricultura em maio.
Análises laboratoriais revelaram a presença de ocratoxina A (OTA), uma toxina produzida por fungos que pode causar danos severos aos rins e comprometer o sistema imunológico. A substância estava presente em níveis considerados impróprios para consumo humano.
Os produtos investigados apresentavam uma série de irregularidades que caracterizam fraude ao consumidor. Embora os rótulos indicassem conter “polpa de café” e “café torrado e moído”, as análises mostraram que as empresas utilizavam ingredientes de qualidade inferior, incluindo grãos crus e até resíduos da produção.
O problema vai além da composição inadequada. As amostras continham matérias estranhas e impurezas em quantidades muito superiores ao limite legal de 1%. Entre os contaminantes encontrados estavam pedras, areia, grãos de outras espécies vegetais, galhos, folhas e cascas.
A ocratoxina A detectada nos produtos representa uma ameaça à saúde pública. Essa toxina fúngica afeta principalmente os rins, podendo causar doenças renais crônicas, tumores urinários e inflamações persistentes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a OTA também pode interferir no desenvolvimento fetal e enfraquecer o sistema imunológico, tornando o organismo mais suscetível a infecções. Os efeitos podem ser duradouros e, em alguns casos, irreversíveis.
As autoridades orientam consumidores que tenham adquirido qualquer uma das três marcas a interromper o consumo imediatamente. Caso ainda encontrem esses produtos sendo comercializados, os consumidores devem comunicar a ocorrência através do canal oficial Fala.BR, informando o nome e endereço do estabelecimento. Procuradas, as empresas ainda não se posicionaram oficialmente.
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