Saúde

Anvisa não serve aos “interesses de governos”, dizem funcionários em carta

Análises sobre aprovações de vacinas para Covid-19 são ‘isentas’, feitas no menor tempo e sem se submeter a ‘pressão política’, escrevem

Anvisa não serve aos “interesses de governos”, dizem funcionários em carta
Anvisa não serve aos “interesses de governos”, dizem funcionários em carta
Broche em funcionário da Anvisa. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
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Funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se manifestaram por meio de uma carta para cravar que a autarquia “não serve aos interesses de governos, de pessoas, de organizações ou de partidos políticos”.

Em documento publicado na quinta-feira 10, os servidores afirmaram que o trabalho técnico está acima de qualquer pressão mesmo sendo elas “inerentes” ao nível das decisões que passam pelo crivo da Agência.

A manifestação vem no momento em que a instituição está sob os holofotes com a expectativa da aprovação de alguma das vacinas contra a Covid-19.

Até o momento, entre os quatro imunizantes que tiveram autorização para realizar testes da fase 3 do desenvolvimento do fármaco, nenhum apresentou formalmente um pedido de registro.

Acusações de interferência política pesaram sobre a autarquia especialmente após a interrupção dos testes da Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório chinês Sinovac-Biotech, pela morte de um dos voluntários. Dois dias depois, os testes foram retomados ao se constatar que o falecimento não era relacionado à vacina.

Na quinta-feira, a Anvisa também aprovou um parecer que autoriza pedidos de uso emergencial, extraordinário e temporário das vacinas, aos moldes do Reino Unido e Canadá. O destaque ao comitê criado para analisar eventuais pedidos foi destacado na carta:

“Tal comitê tem trabalhado incansavelmente, por meio de avaliação técnica criteriosa, que inclui uma análise rigorosa dos dados laboratoriais, de produção, de estabilidade e clínicos, de forma isenta e sem se submeter a qualquer tipo de pressão política e no menor tempo possível, com o objetivo de assegurar que as vacinas contra a Covid-19 que venham a ser registradas pela Agência sejam seguras, eficazes e produzidas com qualidade.”, diz o documento.

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