Saúde

Aids matou mais pessoas negras no Brasil em 2022, diz Ministério da Saúde

Segundo boletim da pasta, mais de 60% dos óbitos pela doença no ano passado foram registrados entre pretos e pardos

Fachada do Ministério da Saúde na Esplanada dos Ministérios Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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O Ministério da Saúde informou que as mortes por Aids no Brasil em 2022 recaíram mais sobre as pessoas negras, segundo um boletim epidemiológico publicado na quinta-feira 30.

De acordo com a pasta, 10.994 morreram por Aids no ano passado no País. O número representa uma queda de 25,5% nos últimos 10 anos, saindo do nível de 5,5 mortes a cada 100 mil habitantes para 4,1 mortes.

No entanto, em 2022, 47% das pessoas que morreram eram pardas e 14,7% eram pretas, índices que somam 61,7% de pessoas negras. Segundo o boletim, 35,6% eram pessoas brancas.

Os registros de casos novos de HIV e de Aids também estão mais relacionados a pessoas negras. Foram 62,8% de pessoas pretas e pardas diagnosticadas com HIV em 2022 e 60,1% pretas e pardas com Aids.

O estudo também informou que os homens que fazem sexo com homens representaram 54,3% dos casos novos de HIV e 42,3% dos casos novos de Aids no ano passado.

A Saúde estima que 1 milhão de pessoas vivem com HIV atualmente no País, sendo 650 mil homens e 350 mil mulheres. Desse número, 10% das pessoas não foram diagnosticadas. Entre aqueles que sabem que têm o vírus, 19% não estão em tratamento.

As mulheres apresentam os piores desfechos em todas as etapas de cuidado: 92% dos homens estão diagnosticados, enquanto 86% das mulheres têm o diagnóstico.

Além disso, 82% dos homens e 79% das mulheres recebem tratamento antirretroviral, e 96% dos homens e 94% das mulheres estão com a carga viral suprimida – quando o risco de transmitir o vírus é igual a zero.

A meta global da Organização das Nações Unidas é atingir 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas, 95% dessas pessoas em tratamento e, dessas, 95% com a carga viral controlada.

De acordo com a Saúde, em 2023, o Brasil aumentou em 5% a quantidade total de pessoas em tratamento antirretroviral, em comparação a 2022, totalizando 770 mil pessoas sob cuidados.

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