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A resposta da China à decisão dos EUA de suspender vistos por causa do Mais Médicos

Washington alega combater ‘trabalho forçado’. Para Pequim, não passa de um falso pretexto

A resposta da China à decisão dos EUA de suspender vistos por causa do Mais Médicos
A resposta da China à decisão dos EUA de suspender vistos por causa do Mais Médicos
A médica Ana Caroline Feitosa, que participa do 28° ciclo do Programa Mais Médicos. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Mao Ning criticou nesta sexta-feira 22 a decisão dos Estados Unidos de cancelar vistos de pessoas envolvidas em missões médicas do governo de Cuba no exterior. A medida atingiu brasileiros ligados ao programa Mais Médicos.

Segundo Ning, Washington recorre a um “falso pretexto” para reprimir outros países.

Em 13 de agosto, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais da pasta.

“Nossa ação envia uma mensagem inequívoca de que os Estados Unidos promovem a responsabilização dos que apoiam o esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”, alegou o Departamento de Estado na ocasião.

Já na última sexta-feira 15, o governo de Donald Trump cancelou os vistos da esposa e da filha de dez anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT).

Em entrevista coletiva nesta sexta, Mao Ning afirmou que a atuação de médicos cubanos no exterior teve um papel relevante nos sistemas de saúde de países latino-americanos e caribenhos, além de nações africanas.

“O chamado ‘trabalho forçado’ tornou-se um falso pretexto e uma ferramenta de hegemonia para os Estados Unidos reprimirem outros países”, criticou a porta-voz. “As medidas dos EUA representam uma extensão e uma escalada de seus mais de 60 anos de sanções e bloqueio impopulares contra Cuba.”

Ning ressaltou que a China se opõe à “diplomacia coercitiva” e instou os Estados Unidos a interromperem imediatamente o bloqueio e as sanções contra Cuba, além de adotar medidas que ajudem a melhorar as relações com Havana e a promover a paz e a estabilidade na região.

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