Saúde

9 pontos sobre o que sabemos de fato sobre o coronavírus

A Aids encontrou remédio a partir de medicação que já existia. E agora?

Foto: BERTRAND GUAY/AFP
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Apesar das incertezas, já aprendemos muito com a epidemia do coronavírus. O Medscape publicou um texto que tomo a liberdade de resumir:

1. O vírus é transmitido pelas gotículas expelidas ao falar, tossir e espirrar. Pode sobreviver em superfícies como as de plástico ou de metal por alguns dias (as estimativas são variáveis). No ar, sobrevive poucas horas, mas as partículas de secreção que formam aerossol são infectantes. A presença do vírus nas fezes está documentada.

2. Modelos matemáticos sugerem que pacientes assintomáticos ou com poucos sintomas sejam responsáveis por até 85% das transmissões, nas fases iniciais de um surto epidêmico. Individualmente, essas pessoas transmitem menos, mas como não ficam isoladas acabam por infectar mais gente.

 

3. Trabalhos chineses mostraram que a carga viral não difere significativamente entre os pacientes infectados, todos podem transmitir a doença, tenham muitos ou poucos sintomas. As últimas evidências da OMS mostram que cada paciente (Ro) infecta na média entre 2,0 e 2,5 contatuantes (no sarampo Ro é 12 a 18; na gripe pouco mais de 1).

4. A OMS calcula que a mortalidade global por Covid-19 esteja na média de 3,4%. Nos primeiros 4,2 mil casos examinados pelo CDC americano, houve 508 internações hospitalares, 121 em UTIs e 44 óbitos.

5. Na China, dois terços dos doentes apresentaram tosse, cerca de 40% tiveram febre, sintoma que chegou a 89% entre os hospitalizados. Diarreia e vômito são raros: menos de 5%. Perda de olfato (anosmia) é queixa que aparece com certa frequência. Dispneia é sinal de agravamento do quadro e da necessidade de internação hospitalar.

6. O teste aplicado até aqui pela técnica de RT-PCR é realizado colhendo-se por “swab” material das fossas nasais e da garganta, para detectar a presença do RNA viral. Como a sensibilidade é relativamente baixa (ao redor de 63%) – ou seja, de cada três infectados um tem resultado negativo (falso negativo) –, há necessidade de repetição, nos casos suspeitos. No teste feito com amostra de sangue, o objetivo é detectar a presença de anticorpos contra o vírus.

“A atenção absolutamente pura é uma prece”. (Simone Weil)

7. Quase todos os pacientes que necessitam de internação apresentam dispneia, como consequência de um processo inflamatório pulmonar, traduzido por opacidades características na tomografia computadorizada, identificáveis em cerca de 60% dos casos. Geralmente há necessidade de suplementação com oxigênio por cateter ou máscara. Os doentes mais graves precisam ser entubados e colocados nos aparelhos de ventilação mecânica, muitas vezes por duas ou três semanas.

8. A perspectiva do desenvolvimento de uma vacina a curto prazo é irreal. Os pesquisadores mais otimistas esperam que ela esteja disponível em pouco mais de um ano.

9. Várias medicações estão em fase de teste. A esperança é de que os estudos encontrem atividade antiviral em medicamentos já existentes. Conseguimos drogas assim para a Aids, por que não agora?

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