Saúde

39 milhões de vacinas vencidas, ‘herdadas’ da gestão Bolsonaro, foram incineradas

O ex-capitão Jair Bolsonaro (PL), ao sair da Presidência, deixou lotes de imunizantes da Covid-19 quase sem validade; ele alega não ser responsável pela logística do imunizante

Problemas na gestão dos insumos iniciados no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) levaram à incineração. Foto: Sergio Lima/AFP
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O Brasil queimou 39 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 desde 2021. O montante de vacinas, que soma 1,4 bilhão de reais, teve que ser incinerado por falta de uso. A informação foi divulgada nesta sexta-feira 22 pelo site G1, com base em um levantamento de dados junto ao governo federal.

As milhões de doses incineradas representam quase 5% de todas as vacinas contra Covid-19 compradas pelo País neste período. O descarte de medicamentos vencidos é uma prática comum na esfera da logística em saúde, mas o percentual citado é maior do que o considerado aceitável para esse tipo de prática, que é de 3%.

De acordo com a publicação, a incineração está sendo investigada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que analisa se houve improbidade administrativa. 

A prática teve início no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e tem relação direta com os eixos do governo anterior sobre o tema: problemas de logística, falta de campanha de imunização e propaganda contrária à vacinação. As conclusões foram citadas por diferentes especialistas consultados pela publicação.

Em 2021, por exemplo, cerca de 1,9 milhão de vacinas foram incineradas. Já em 2022, o número saltou para 9,3 milhões. 

Em 2023, já sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cerca de 28,7 milhões de doses foram incineradas. Acontece que, neste caso – de acordo com os dados levantados pelo site -, a quantidade foi maior em razão do fato de que uma quantidade maior de lotes venceu sem que houvesse tempo para dar um destino aos insumos.

A assessoria do ex-presidente afirmou que Bolsonaro não era responsável pela administração das vacinas e que havia sido dada “autonomia plena para os ministros” na sua gestão. Já o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, alegou que as compras foram feitas pelas áreas técnicas e negou que tenha responsabilidade sobre o descarte. O ex-ministro Eduardo Pazuello não se manifestou. 

O Ministério da Saúde, por sua vez, disse que “herdou um estoque de mais de 157,9 milhões de itens de saúde a vencer até o mês de julho”. A pasta diz que o prejuízo é “equivalente a R$ 1,2 bilhão”. A atual gestão na Saúde afirma também que criou um comitê para monitorar a situação.

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