Aproximadamente, 40% da população ocupada no Brasil é formada por trabalhadores informais que foram “empurrados” para o empreendedorismo pela falta de emprego. É a parcela que se esforça para garantir o dinheiro mínimo do mês. Expandir conhecimento ou inovar o próprio negócio está fora dos planos: não há recursos para além do mero ganha-pão.
Iniciativas de inclusão produtiva, como o Bora Ambev, que prevê auxílio a 5 milhões de brasileiros em dez anos, podem ajudar a suprir a lacuna. Por meio do projeto, a empresa oferecerá soluções financeiras com programas de pontuação e opções personalizadas de microcrédito, além de bolsas de estudos.
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“Temos hoje o que chamamos de empreendedorismo por sobrevivência e queremos quebrar esse ciclo. São três grandes barreiras: dinheiro, formação e conexão. O Bora conecta essas partes”, afirma Carlos Pignatari, diretor de Impacto Positivo da Ambev. “Mostramos como e de que forma os empreendedores podem conseguir recursos ou como conquistar uma bolsa de estudos; no caso da empregabilidade, criamos essas conexões.”
Dados do GEM/BR (Global Entrepreneurship Monitor) mostram que 30,4% da população adulta brasileira exerce alguma atividade empreendedora. Deste grupo, 48,4% fazem isso por falta de opção.
“Não podemos ignorar que muitas pessoas estão empreendendo por necessidade, fazendo o trabalho com o conhecimento que elas possuem”, diz Priscila Martins, diretora da Artemisia, aceleradora de iniciativas de impacto social. “É uma responsabilidade da sociedade ajudar os empreendedores a acessarem qualificação, crédito e todos os recursos de que precisam.”
Para Edgard Barki, coordenador do Centro de Empreendedorismo da FGV, quem trabalha para sobreviver não pode ter prejuízo: “Você tem um déficit de capacitação, de conhecimento e também do capital financeiro quando começa um negócio”. Isso limita potenciais e cria dificuldades de acesso muito maiores nas periferias, por exemplo.
Espalhando apoio pelo Brasil
O programa de inclusão produtiva Bora da Ambev prevê dar as ferramentas necessárias para que comunidades, pequenos e microempreendedores ampliem a renda e tenham mais oportunidades, com conhecimento, apoio financeiro e conexões. É uma estratégia que considera novas tecnologias para combinar ações de enfrentamento à pobreza com as oportunidades atuais do mercado de trabalho em constante transformação.
“Às vezes, o curso é gratuito; tentamos fazer na região para não ter custo de transporte. No Rio, é online, não precisa de transporte nem alimentação. No caso das mulheres, o curso é gratuito e tentamos fazer na região para não ter custo de transporte. Além disso, temos uma seleção para recebimento de capital que pode ajudar no negócio. No Rio, é online. Assim, o participante não tem custo extra de transporte, nem alimentação. Com os pontos de venda da Ambev, para promover acesso a recurso financeiro, usamos um sistema de pontos como o Bees [plataforma B2B para bares e restaurantes]. Estamos nos moldando às necessidades. Queremos contribuir, engajar e atender às necessidades do público-alvo”, diz Andreza Machado, gerente de Impacto Positivo da Ambev.