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De pastores a limpadores,
todos são VOLUNTÁRIOS
na ICM

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Exército de Voluntários: Na Igreja Cristã Maranata, “pastor” não é profissão

Sem Remuneração, os Membros da Instituição Dedicam Seu Tempo e Serviço Sem Receber Dinheiro em Troca. “A Gente Faz Por Amor”

Conteúdo oferecido por Igreja Cristã Maranata

Diferente de muitas comunidades protestantes no Brasil e pelo mundo afora, a Igreja Cristã Maranata (ICM) se orgulha de um corpo de pastores que não recebe remuneração alguma pelo seu dedicado serviço à obra. O que move esse “exército de voluntários” é o prazer em servir e a gratidão pelas bênçãos recebidas na vida cristã.

Com mais de cinco décadas de existência e 5 mil igrejas espalhadas pelo Brasil, a Igreja Maranata, originária de Vila Velha (ES), marca presença em todos os continentes. Desde sua fundação, a prática de não remunerar seus pastores tem sido uma constante, principalmente porque, nos primeiros dias, a comunidade mal tinha condições financeiras para isso.

Gedelti Gueiros, o presidente da ICM, traz à tona uma “evolução conceitual sobre a remuneração pastoral”. Para ele, transformar o serviço pastoral em profissão não é uma boa ideia. “Entendemos que o ministério não é uma profissão; é um projeto de fé. Quem não tem fé não pode ter um ministério eficaz”, pontua. “Nosso desejo é servir ao Senhor de coração”, completa.

Para o líder religioso, a dedicação voluntária pode não fazer sentido para todos, mas para a alma do voluntário, há grande satisfação em “dar o que se pode”. “Os ministérios não serão remunerados. Quem tiver interesse, que se junte a nós”, afirma, convicto.

Na ICM, é preciso primeiro ser membro da igreja para depois se tornar pastor, entendendo assim o valor do voluntariado. Gueiros considera paradoxal um pastor assalariado liderar um grupo de voluntários. “A motivação é a fé. Quando alguém deseja remuneração, já está em contradição com nossos princípios.”

Por isso, o ministério na Igreja Maranata não é visto como profissão. Os pastores sustentam-se financeiramente com suas próprias carreiras, sejam elas na medicina, engenharia, advocacia, entre outras, dedicando-se à igreja em suas horas vagas.

“Para nós, ‘pastor’ não é um título, é uma função”, diz Gueiros. “Todos vão à igreja para servir a Deus, inclusive os pastores, cada um com sua função específica, mas todos movidos pela fé.”

OS PASTORES
Adaiso Fernandes Almeida, pastor da ICM há 26 anos e membro há cerca de 35, é advogado, contador e auditor da receita estadual. Ele descreve o voluntariado como um “servir com gratidão”, nascido de experiências transformadoras na vida cristã.

“A voluntariedade é um traço distintivo da nossa igreja”, afirma Almeida, destacando a diversidade socioeconômica dos membros da ICM. “Todos nós servimos voluntariamente e com gratidão, vivendo de nossas profissões.”

Amadeu Loureiro Lopes, pastor há 50 anos e um dos 18 conselheiros da ICM, rememora os primeiros dias da igreja, quando, mesmo com recursos limitados, já se adotava a prática do ministério voluntário. “Essa abordagem foi toda forjada dentro da própria igreja. Continuamos as-sim por escolha, mesmo após a igreja crescer.”

O EXÉRCITO DE VOLUNTÁRIOS
Além dos pastores, a ICM conta com uma ampla gama de voluntários, de diáconos a médicos, todos dedicando tempo e serviços tanto nas igrejas quanto nos seminários regulares nos maanains, espaços dedicados ao ensino da doutrina.

Um dos coordenadores das equipes de um dos cerca de 70 maanains da ICM, voluntário desde 1986, coordena em média 300 voluntários em cerca de 40 equipes, abrangendo áreas como cozinha, secretaria, limpeza, entre outras. Durante um seminário, essas equipes podem atender cerca de 3 mil pessoas.

“Este trabalho voluntário é tão procurado que temos lista de espera. As pessoas se envolvem aqui por fé. O que oferecemos e buscamos é essencialmente espiritual”, comenta o coordenador, que também é pastor. Ele vê o serviço voluntário como intrinsecamente mais gratificante do que um trabalho remunerado, destacando a alegria e a satisfação visíveis nos voluntários. “Fazer por amor faz toda a diferença.”

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