Política

Youtube suspende novas publicações de Bia Kicis por uma semana

No início de fevereiro, Bia Kicis sofreu uma punição semelhante no Instagram

A deputada Bia Kicis (PSL-DF). Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Apoie Siga-nos no

O YouTube bloqueou o perfil da deputada federal e presidente da Comissão de Constituição de Justiça da Câmara dos Deputados, Bia Kicis (PSL-SP), por propagar desinformação sobre vacinas de covid-19. A punição ocorreu no dia 26 de fevereiro e se estende até a próxima sexta-feira, 4, segundo informou a empresa ao Estadão. A medida impede que a parlamentar publique novos vídeos na plataforma, mas conteúdos já divulgados continuam acessíveis ao público.

A parlamentar chegou a anunciar em suas redes sociais que usaria um perfil reserva para publicar conteúdos. Em mensagem a seguidores no Telegram, no entanto, Bia Kicis disse ter sido comunicada pela companhia que a atitude poderia levar ao banimento permanente dos dois canais. O perfil oficial da presidente da CCJ tem mais de 223 mil inscritos. Até a tarde desta terça-feira, nenhum vídeo recente foi divulgado na conta secundária. Na mensagem, Bia Kicis classificou a atitude da plataforma como “censura odiosa”.

O material que deu origem à punição foi uma transmissão ao vivo realizada em janeiro intitulada “Vax para crianças. Quem serão os responsáveis?”. O conteúdo questionava a eficácia e segurança da vacinação entre crianças de 5 e 11 anos, ainda que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e órgãos de saúde de outros países tenham revisado dados científicos para aprovar a imunização desta faixa-etária. O vídeo foi excluído pelo Youtube mas segue disponível em outras redes sociais.

Em nota, a plataforma diz remover vídeos que violam diretrizes de desinformação médica da empresa. “Não permitimos conteúdo com alegações de que as vacinas causam efeitos colaterais crônicos além das reações adversas raras que são reconhecidas pelas autoridades de saúde, que questione a eficácia dessas vacinas com alegações de que elas não reduzem a transmissão e a contaminação por doenças ou ainda que questione as substâncias contidas nas vacinas.”, afirma o comunicado.

Procurada pelo Estadão para comentar o bloqueio, a assessoria de imprensa de Bia Kicis não respondeu até a publicação deste texto.

No início de fevereiro, Bia Kicis sofreu uma punição semelhante no Instagram. A rede social apagou conteúdos do perfil da parlamentar e a impediu de realizar transmissões ao vivo por uma semana. Conteúdos publicados pela parlamentar já foram alvo de verificações do Estadão Verifica, incluindo boatos enganosos contra o uso de máscaras e efeitos adversos de vacinas.

Primeiro aviso

A punição ao perfil de Bia Kicis é o primeiro estágio de um sistema de sanções do YouTube para contas que violam as diretrizes da comunidade da plataforma. Na primeira ocorrência, o perfil é impossibilitado de enviar vídeos, gravações curtas ou realizar transmissões ao vivo por uma semana. Se o YouTube identificar uma segunda violação no período de 90 dias, o perfil fica novamente impossibilitado de publicar conteúdos, dessa vez, por duas semanas.

Caso o perfil não seja mais punido no período de 90 dias do último aviso, o registro de ocorrências volta ao início. Na hipótese de um terceiro aviso neste período, entretanto, a conta é excluída permanentemente.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar