O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) protocolou uma representação no Tribunal de Contas da União para investigar gastos milionários do Ministério da Saúde e da Fundação Nacional do Índio em território Yanomami no período de agravamento da crise humanitária na região.
Segundo as tabelas apresentadas pelo senador, o Ministério da Saúde gastou 41 milhões de reais em voos às terras yanomamis, enquanto a Funai usou 3,9 milhões de reais com alimentação.
“Há contrastes importantes. Primeiro é o gasto significativo com gêneros alimentícios por parte da Coordenação Regional da Funai em Roraima no ano de 2022, porém os indígenas apresentam desnutrição avançada, alguns estão em estado crítico. As despesas e os fatos são antagônicos”, escreveu o senador. “O segundo contraste está no elevadíssimo gasto com serviços de transporte aéreo, porém, de outro lado, os indígenas foram abandonados.”
O documento sustenta que os valores se referem a faturas pagas pelos órgãos, não a recursos apenas empenhados.
Kajuru pede ao TCU que sejam detalhados os deslocamentos, as datas e os horários dos voos, além dos profissionais viajaram, dos produtos (alimentação, medicamentos) levados e dos pacientes atendidos durante a gestão Bolsonaro.
Em novembro de 2021, durante uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado, os então representantes da Funai e do Ministério da Saúde, Álvaro Simeão e Robson da Silva, afirmaram que as denúncias de abandono dos yanomamis feitas à época eram “infundadas”.
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