Política
Witzel se desculpa com Mourão por ter divulgado ligação telefônica
“Eu nunca divulguei uma ligação privada ou vazei informações. Não existe isso na minha história”, justificou o governador Wilson Witzel


Um dia depois de divulgar nas redes sociais uma conversa privada entre os dois, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), pediu desculpas ao vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) pela atitude.
No vídeo em questão, Witzel aparece ligando para Mourão, então presidente em exercício, para pedir ajuda do governo federal no envio de água potável para as áreas atingidas pelas chuvas em seu estado. Sem saber que estava sendo gravado, Mourão responde que trabalharia para atender a necessidade do governador.
A atitude de Witzel pegou mal. Jair Bolsonaro, que estava em viagem pela Índia, criticou a postura do governador e lembrou que “o que se trata por telefone tem que ser reservado”. Já Mourão foi mais duro e disse que Witzel “esqueceu a ética e a moral” nas Forças Armadas, quando deixou de ser fuzileiro naval.
Nesta terça-feira 28, Witzel explicou que divulgou o vídeo por considerar a ligação pública, já que se tratava de “assunto de trabalho”. “A minha intenção foi mostrar o quanto o vice-presidente estava nos ajudando. Eu nunca divulguei uma ligação privada ou vazei informações. Não existe isso na minha história”, disse ao jornal O Globo.
“Naquele momento, eu achei que as pessoas fossem se sentir mais confortáveis sabendo que há uma união entre o governador do Rio, o presidente e o vice-presidente do Brasil. Se ele ficou entristecido, sou humilde e peço desculpas. Tenho respeito por eles”, completou.
Solicitei ao presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, e ao Ministério da Defesa apoio para o envio de água potável às pessoas atingidas pelas chuvas no Norte/Noroeste do RJ. A ajuda do Governo Federal será fundamental para socorrer a população dessa região. pic.twitter.com/aweKIMyl33
— Wilson Witzel (@wilsonwitzel) January 26, 2020
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.