Política

Witzel elogia ação que matou ex-policial suspeito no caso Marielle

Adriano Magalhães de Nóbrega morreu em ação da polícia na Bahia. Governador diz que polícia civil do Rio está em ‘outro patamar’

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Créditos: EBC
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O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), elogiou a ação das forças policiais do Rio e da Bahia que levaram à morte do miliciano Adriano Magalhães de Nóbrega no domingo 9. O ex-policial do Bope estava foragido da polícia por ser um dos suspeitos do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, o motorista da vereadora.

“Não podemos deixar de agradecer à Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ontem tivemos duas importantes operações em parceria com outra polícia, a polícia da Bahia, e obteve o resultado que se esperava. Chegamos ao local do crime para prender, mas, infelizmente, o bandido que ali estava não quis se entregar. Trocou tiros com a polícia e infelizmente faleceu”, afirmou nesta segunda-feira 10, durante uma agenda pública do governador em Queimados, na Baixada Fluminense. Ainda de acordo com o Witzel, a polícia civil do Rio mostrou que “está em outro patamar”.

 

Nóbrega foi morto pela polícia baiana. Segundo nota divulgada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, o miliciano carioca, apontado como um dos líderes do “Escritório do Crime” no Rio de Janeiro, localizava-se escondido na cidade de Esplanada, na Bahia, e estava sendo monitorado por equipes de inteligência da polícia. No momento da prisão, porém, a SSP alega que houve troca de tiros.

“No momento do cumprimento do mandado de prisão ele resistiu com disparos de arma de fogo e terminou ferido. Ele chegou a ser socorrido para um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos. Com o foragido foi encontrada uma pistola austríaca calibre 9mm. Vasculhando outros cantos da casa os policiais encontraram mais três armas”, disse a SSP.

Possível ligação com o caso Marielle

Após a notícia da morte do ex-policial, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) expressou que “exige esclarecimentos” sobre a ação. Nóbrega foi apontado pela Polícia Civil carioca como um dos suspeitos de ter participado do assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, na noite do dia 14 de março de 2018. O caso segue sem esclarecimentos 698 dias depois.

No Rio de Janeiro, Adriano também estava envolvido em uma investigação do Ministério Público Estadual sobre a prática de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente da República. As práticas seriam comuns quando o senador ainda era deputado estadual do Rio.

Adriano tinha familiares locados no gabinete de Flávio e chegou a ser condecorado pelo “recruta 01” com uma Medalha Tiradentes, a maior honraria da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

O PSOL informou que irá solicitar uma audiência com a da Bahia para obter mais informações sobre a operação, assim como colocar sob avaliação “medidas que envolvam autoridades nacionais”. Na visão do partido, tal atitude é necessária “uma vez que Adriano da Nóbrega era peça chave para revelar os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson. Seguimos exigindo respostas e transparência para pôr fim à impunidade”, encerra a nota.

Recentemente, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, deixou de fora da sua lista de criminosos mais procurados do País o ex-capitão Adriano da Nóbrega, mesmo sendo ele foragido da polícia. No dia 30 de janeiro, o Ministério lançou uma lista com os 26 criminosos mais procurados no país. A lista permanente, e que será atualizada mensalmente, envolve pessoas acusadas de crimes graves e violentos, que estão com mandados de prisão em aberto e são ligados a organizações criminosas.

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