Weintraub diz que pedirá desculpas se China fornecer respiradores ao Brasil

Ministro da Educação respondeu à embaixada da China, que classificou o ataque ao país como racismo

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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, comentou sobre a tensão diplomática criada por ele com a China, quando se referiu ao país de forma pejorativa. “Se eles venderem corretamente os 1 mil respiradores, eu fico de joelhos em frente à embaixada, peço perdão e digo que fui um imbecil”, declarou o ministro nesta segunda-feira 06, ao jornalista José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes.

Em seu post, feito no último sábado 4, o ministro insinuou que a China poderia sair fortalecida com a crise do coronavírus. Para isso, usou uma capa de gibi da Turma da Mônica e zombou do sotaque chinês ao utilizar o personagem Cebolinha, que troca a letra R por L nas histórias criadas por Maurício de Souza.

E a crítica não parou por aí. Na entrevista desta segunda, o ministro afirmou que o novo vírus surgiu de hábitos alimentares dos chineses, e eles deveriam ter alertado o mundo a produzir respiradores,  mas preferiam lucrar.

“Não é a primeira crise, já é a quarta que vem da Ásia nos últimos 20 anos. E nos próximos 10 anos, se eles não mudarem os hábitos culturais e alimentares, vai ter outra crise dessa. E o Brasil precisa estar preparado. Mas o que me deixou chocado é quando descobri que eles estão vendendo equipamento para o mundo. Quando estourou a crise, em vez de alertarem, eles seguraram a informação e correram para fazer respirador para vender agora ao mundo inteiro, que está desesperado”, ressaltou.

Após a publicação, a embaixada da China divulgou uma nota classificando a atitude do ministro como racismo, afirmando também que a atitude causou influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais entre os países. Vale lembrar que a China é um dos principais parceiros comerciais do Brasil.


Depois disso, o post foi apagado da conta de Weintraub, mas, segundo ele, não foi para se desculpar com o país. “Eu não pedi desculpas. Eu só retirei o post porque me pediram. Não foi o presidente [o autor do pedido]. Foi um colega meu que pediu. ‘Abraão, vai me atrapalhar aqui…’. Sem problemas, eu tiro”, explicou.

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