Política
Vídeo: A bizarra tentativa de Onyx de escapar de uma pergunta de Eduardo Leite
Instado a apresentar uma proposta, o bolsonarista teve dificuldade de ir além de ‘muito melhor que a sua’
O debate promovido pela rádio Guaíba e pelo jornal Correio do Povo entre os candidatos a governador do Rio Grande do Sul, nesta terça-feira 25, registrou um episódio inusitado durante discussão sobre o Regime de Recuperação Fiscal.
O ex-governador Eduardo Leite (PSDB) perguntou a Onyx Lorenzoni (PL) qual seria sua alternativa ao RRF, criticado pelo bolsonarista. O correligionário de Jair Bolsonaro, porém, tergiversou.
“Completamente diferente da sua escolha. O senhor fez uma má escolha”, respondeu Onyx inicialmente. Na sequência, emendou afirmações como “muito melhor que a sua” e “extremamente melhor que a sua”. Instado por Leite a detalhar sua proposta, porém, não o fez.
Posteriormente, com a concessão de um minuto para tratar do assunto, o candidato do PL se limitou a reforçar as críticas ao RRF.
“O brilhante governador aceitou uma dívida de 74 bilhões. Há uma auditoria no Supremo Tribunal Federal que diz que no mínimo é de 15 bilhões a menos. Se nós retornarmos o IPCA para a data da contratação, reduzimos mais 15 bilhões. São 44 bilhões. Por que ela ficou tão grande? Porque no original assinou 6% ao ano”, afirmou Onyx.
Leite, então, mencionou Bolsonaro, a fim de justificar os termos da adesão gaúcha ao regime.
“Não tem nada a ver com Bolsonaro. O senhor escolheu. O programa é voluntário. O senhor renunciou à proteção da liminar que o estado do Rio Grande do Sul tinha”, prosseguiu Onyx. “O senhor fica tentando debochar. Sabe qual é a alternativa? É sentar com o governo federal e encaminhar um caminho inteligente e racional.”
🇧🇷 Onyx Lorenzoni (PL) se recusa a apresentar propostas durante debate no Rio Grande do Sul.pic.twitter.com/WfZH46a59X
— Eixo Político (@eixopolitico) October 25, 2022
Bolsonaro homologou em junho o plano de recuperação fiscal do Rio Grande do Sul, a última etapa para o estado aderir ao RRF. O objetivo do programa é parcelar a dívida dos estados com a União. O pagamento em parcelas menores vai até dezembro de 2030, período no qual o governo estadual terá de cumprir diversas regras orçamentárias.
Conforme o plano, após 2030 o estado já teria recursos para bancar a parcela integral da dívida, a superar 75 bilhões de reais.
Em seu programa de governo registrado no Tribunal Superior Eleitoral, Leite afirma que a adesão ao RRF é “uma conquista da população gaúcha, a partir da qual o Rio Grande do Sul encontrou um caminho por onde sair da crise fiscal que o assola há décadas”.
Entre as prioridades listadas pelo documento está “manter o equilíbrio fiscal e o cumprimento do Plano de Recuperação Fiscal, garantindo a sustentabilidade financeira de longo prazo do estado”.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.