“Vida é feita de escolhas e eu escolhi sair”, diz Teich, em discurso apressado

Ministério da Saúde passa por mais uma troca de comando em plena pandemia do novo coronavírus

Nelson Teich deixou o Ministério da Saúde após discordância com o presidente Jair Bolsonaro. Foto: Júlio Nascimento/PR

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Nelson Teich realizou uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira 15, para se despedir do comando do Ministério da Saúde. Em seu discurso, ele agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro por ter sido convidado ao cargo, mas reafirmou sua decisão de sair da pasta.

“A vida é feita de escolhas, e eu escolhi sair”, disse o agora ex-ministro da Saúde.

Teich afirmou que deixou um plano de trabalho pronto para ser seguido, após realizar visitas em cidades atingidas pelo coronavírus. Ele ressaltou que o trabalho do Ministério da Saúde deve ser feito em conjunto com governadores, prefeitos, secretários estaduais e secretários municipais.

“A gente iniciou as visitas nas cidades mais atingidas, e é fundamental estar na ponta para entender o que acontece no dia a dia, ver o que está sendo feito. Esse entendimento foi fundamental para o desenho de ações que foram implementadas em seguida. E isso é uma preparação para outras cidades”, declarou.

Teich também fez uma série de agradecimentos ao empenho de profissionais de saúde que trabalham no atendimento às vítimas de covid-19. O ex-ministro elogiou o Sistema Único de Saúde (SUS) e destacou que foi “criado pelo sistema público”, por ter cursado medicina e feito residências em faculdades federais. Ele frisou ainda que sua intenção ao assumir o posto foi ajudar o país durante a crise.

“Eu não aceitei o convite pelo cargo. Eu aceitei porque achava que podia ajudar o Brasil e ajudar as pessoas”, disse.


 

A saída do ministro acontece um dia depois de uma reunião via teleconferência realizada entre o presidente Jair Bolsonaro e empresários do país. No encontro, Bolsonaro questionou o protocolo do Ministério da Saúde sobre o uso da hidroxicloroquina e afirmou que a diretriz iria mudar.

A pasta autoriza o uso da medicação para pacientes em estado grave, mas não assegura a eficácia, por falta de embasamento científico. O protocolo é o mesmo de quando o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta estava à frente ao cargo. A posição foi endossada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

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