Política
Viagem de Bolsonaro aos EUA entra na mira de auditoria do TCU
‘É inegável que os custos dessas viagens são elevados’, diz um relatório preliminar. A peça recomenda esclarecimentos da Casa Civil


A Unidade de Auditoria Especializada em Governança e Inovação do Tribunal de Contas da União defendeu, nesta segunda-feira 22, que a Corte inste a Casa Civil a explicar, em até quinze dias, os motivos para a viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022.
A proposta de encaminhamento decorre de um pedido de diligências apresentado pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO). Segundo ele, a viagem, realizada a menos de 48 horas do fim do mandato de Bolsonaro, é ilegal por não se basear no interesse público. Ele destaca, ainda, os “custos vultosos” envolvidos na operação.
Segundo a análise técnica, a peça de Vaz “não traz os indícios suficientes acerca das irregularidades ou ilegalidades que suscita terem ocorrido”. O relatório aponta, porém, que a representação pode ser apurada a fim de comprovar a sua procedência.
“É inegável que os custos dessas viagens são elevados, pois englobam os custos do avião da Força Aérea Brasileira (FAB), as taxas aeroportuárias, comidas e bebidas dentro do avião, as equipes de apoio e segurança, diárias, hospedagens, transporte terrestre e outras despesas inerentes à viagem”, ressalta o órgão do TCU.
A área técnica recomenda que a Corte cobre da Casa Civil as seguintes informações:
- a lista dos servidores que integraram o “Escalão Avançado” e a relação das comitivas;
- as cotações dos preços para serviços aeroportuários e de comissaria aérea e para bancar a alimentação;
- a lista nominal dos efetivos atendidos com alimentação;
- o mapa de distribuição dos apartamentos em caso de hospedagem em hotel;
- um relatório das despesas realizadas; e
- faturas do Cartão de Pagamento do Governo Federal referentes aos meses que abrangem gastos associados a despesas da viagem
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