Política

Vaza Jato: Dallagnol recusou evento com a presença de Bolsonaro em 2016

Procurador foi orientado por assessor: ‘tudo o que vc e a FT [força-tarefa] não precisam é serem ‘associados’ ao Bolsonaro’, disse

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Créditos: Geraldo Magela/Agência Senado|||||| ||||||
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Em novos vazamentos de mensagens da Vaza Jato, o procurador Deltan Dallagnol procurou se afastar da imagem da ‘extrema-direita’ do País e evitou evento em que Jair Bolsonaro estaria presente, o que ocorreu ainda em 2016, quando o hoje presidente era deputado federal. A reportagem é do portal UOL, em parceria com o The Intercept Brasil.

Deltan receberia o prêmio ‘Liberdade 2016’, concedido pelo Fórum Liberdade e Democracia e organizado pelo Instituto de Formação de Líderes de São Paulo. Um dos assessores da força-tarefa de Curitiba, no entanto, notou a presença de Bolsonaro e advertiu Dallagnol: “tudo o que vc e a FT não precisam é serem “associados” ao Bolsonaro. é a mesma coisa que receber prêmio do Foro de BSB [Brasília]. estou quase implorando… “, escreve o assessor. O Foro de Brasília é uma organização de direita que se diz ‘contra o comunismo’ e que tem um general do Exército como presidente.

Em resposta ao ponto levantado pelo assessor, Dallagnol cravou: “péssimo isso aí”. Depois, resolveu se abster de ir à premiação, e indicou outros procuradores para representarem a força-tarefa – ele também teria pedido à organização do evento que o prêmio fosse ‘coletivo’. Mesmo assim, mostrou-se desconfortável. “Estou me sentindo meio mal com o cancelamento ainda rs… mas manda ver”, informou ao assessor.

Depois, informou aos colegas de Curitiba a motivação de sua ausência. “Após sair a programação do evento, que tem perfil mto de direita, com Jair Bolsonaro como um dos vários palestrantes e com homenagem a um vereador de SP que foi um dos líderes do impeachment”, escreveu, mencionando também a liderança do Movimento Brasil Livre Fernando Holiday. Quem acabou por ir foi o promotor Roberto Livianu, que também é presidente do Instituto Não Aceito Corrupção.

O Ministério Público Federal no Paraná continuou a negar a autenticidade das mensagens publicadas pela reportagem, mas comentou, em nota, que “a força-tarefa se fez representar por um promotor de justiça de São Paulo, que ali reside e compareceu com o restrito objetivo de receber o prêmio em nome da força-tarefa”.

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