‘Vamos trabalhar juntos’, diz Antony Blinken após reunião com Lula

O presidente Lula (PT) se reuniu nesta quarta-feira 21, no Palácio do Planalto, com o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken. O encontro durou aproximadamente 1h50.

Na saída da agenda, Blinken fez um breve pronunciamento. “Foi uma ótima reunião. Estou muito grato ao presidente pelo seu tempo”, afirmou. “Estados Unidos e Brasil estão fazendo importantes coisas juntos. Estamos trabalhando juntos bilateralmente, regionalmente, globalmente. É uma parceria importante e somos gratos pela amizade.”

Em nota, o Planalto informou que Lula e Blinken abordaram “os principais temas da agenda bilateral e internacional, em particular a do G20”.

“O secretário agradeceu a atuação do Brasil pelo diálogo entre Venezuela e a Guiana. O presidente Lula reafirmou seu desejo pela paz e fim dos conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Ambos concordaram com a necessidade de criação de um Estado Palestino”, disse o governo brasileiro.

Blinken chegou a Brasília na terça 20 para o início de uma viagem que também o levará à Argentina. A passagem pelo Brasil ocorre em meio a uma crise diplomática com Israel depois de declarações de Lula sobre os ataques à Faixa de Gaza. A reação israelense às afirmações do presidente gerou indignação no Itamaraty.

Ao menos em sua primeira manifestação sobre a reunião, o secretário de Estado norte-americano não mencionou o conflito no território palestino.

No domingo 18, durante uma viagem à Etiópia, Lula comparou indiretamente a ofensiva israelense em Gaza ao Holocausto. Na terça, os Estados Unidos anunciaram discordar das declarações, embora sem uma reprimenda incisiva.

“Temos sido muito claros em que não acreditamos que o que tem ocorrido em Gaza seja genocídio”, disse a jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

No Brasil, Blinken também participará de uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G20, entre quarta e quinta, no Rio de Janeiro. O russo Sergei Lavrov deve marcar presença na agenda.

Oficialmente, nenhuma reunião entre os dois está prevista, especialmente devido ao tumulto causado pela morte do opositor russo Alexei Navalny. Países ocidentais, com os Estados Unidos à frente, responsabilizam a Rússia.