Política

‘Vamos restabelecer a harmonia na sociedade’, diz Lula sobre derrotar Bolsonaro

Em entrevista, o petista explicou como pretende acalmar os ânimos da sociedade se derrotar o ex-capitão no próximo dia 30

Foto: ANDRE BORGES / AFP
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O ex-presidente Lula (PT) explicou parcialmente nesta terça-feira 25 quais serão suas ações para diminuir o clima de polarização do Brasil caso derrote o presidente Jair Bolsonaro (PL) no próximo dia 30 de outubro. O passo a passo foi dado pelo petista em entrevista à rádio Nova Brasil FM no início da manhã.

“Eu não quero mais irmão brigando com irmão, mãe brigando com filhos, pai brigando com filho, cunhado com cunhado e amigo se separando porque não aceita mais ir na casa do outro, porque tem divergência e porque briga”, afirmou Lula aos jornalistas. Questionado como pretendia acabar com os conflitos, o petista respondeu que, primeiro, seu plano passa por uma conversa ampla com setores divergentes nos mais diversos temas, em especial, na economia. Depois, diz, quer acabar com o acesso desenfreado a armas de fogo e promover um amplo acesso à cultura.

“A primeira coisa que nós pretendemos fazer é estabelecer conversação com vários setores”, resumiu. “Eu pretendo manter uma relação muito importante com as federações dos empresários e com universidades para que a gente possa, junto com sindicatos, encontrar um novo padrão de relacionamento entre capital e trabalho. Nem a CLT que a gente tinha antigamente, nem a destruição como foi feito agora”.

Mais adiante, reforçou, o diálogo ‘tripartite’ para resolver divergências será a tônica do seu novo governo.

“Esse é o papel do presidente, ser o maestro da orquestra chamada Brasil, que tem vários setores, pensamentos, várias visões ideológicas e o papel do presidente é conversar com todo mundo”, reforçou. “Eu já fiz isso uma vez e vou fazer outra e melhor. Vou envolver todas as pessoas que podem decidir alguma coisa para que a gente possa fazer esse País voltar a funcionar harmonicamente”.

Na conversa, Lula disse também que o seu plano de pacificação do Brasil passa pelo fim da liberação desenfreada de armas de fogo em território nacional. Segundo defendeu, a circulação maior dos armamentos contribui para ampliação do clima de ódio e raiva.

“Vamos restabelecer a harmonia na sociedade brasileira”, destacou. “Vamos dizer para a sociedade: a gente não vai facilitar a venda de armas, a gente vai facilitar a venda de livros e de acesso à cultura”.

Em seguida, explicou que o ponto crucial no desarmamento será ampliar o acesso à cultura no País e com isso, insistiu, fazer o ‘povo voltar a sorrir’. “Vamos melhorar o vale-cultura para que as pessoas possam ir ao cinema e ao teatro. Vamos ter financiamento para produzir filmes, peças e livros. É a cultura que vai dar um dinamismo ao Brasil, não é arma”, defendeu. “Ninguém quer armas para aprender alguma coisa, armas matam, livros educam. Essa será a diferença do nosso governo”.

Por fim, Lula explicou também que pretende manter uma postura pública mais serena e menos belicosa do que tem Bolsonaro. “Eu quero estar de bom humor, bastante tranquilo, porque o povo não precisa ser estimulado a ter ódio”.

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