Valdemar Costa Neto renuncia ao mandato de deputado após ordem de prisão

Ex-parlamentar disse não querer "impor ao Parlamento a oportunidade de mais um constrangimento institucional"

A troca no comando do Banco do Nordeste ocorreu três dias depois de o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, cobrar em público a substituição de toda a diretoria (Foto: José Cruz/ABr)

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O deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) apresentou nesta quinta-feira 5 o pedido de renúncia ao mandato no plenário da Câmara dos Deputados. Condenado na Ação Penal 470, o processo do “mensalão”, Costa Neto teve o mandado de prisão emitido hoje pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O pedido foi lido pelo deputado Luciano Castro (PR-RR), vice-líder do partido na Câmara. No texto, Costa Neto diz que não cogita “impor ao Parlamento a oportunidade de mais um constrangimento institucional”. Na carta, declara ainda que pagará pelas faltas que reconhece e que foi condenado por crimes que não cometeu. “Serenamente, passo a cumprir uma sentença de culpa, flagrantemente destituída do sagrado direito ao segundo grau de jurisdição”.

A carta de renúncia foi lida após o presidente do STF, Joaquim Barbosa, ter assinado documento comunicando aos presidentes da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre o fim do processo. A prisão daria início à abertura do processo de cassação em função da condenação definitiva. “Encaminho à Vossa Excelência cópia de decisão em que neguei seguimento aos embargos infringentes opostos pelo réu Valdemar Costa Neto, por faltar-lhe requisito essencial de admissibilidade e por considerá-lo protelatório. Determinei a imediata certificação do trânsito em julgado e o consequente início da execução do acórdão condenatório”, diz o documento assinado por Barbosa.

O vice líder do PR, Luciano Castro, disse que Costa Neto deve se apresentar ainda nesta quinta à Polícia Federal (PF). Para Castro a decisão de renunciar foi correta. “Acho que, diante da situação foi uma decisão acertada. Coube ao destino que eu estive aqui hoje como companheiro de partido e lesse a carta e encaminhasse ao presidente da Casa”, disse.

Além de Costa Neto, condenado a sete anos e dez meses, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em regime semiaberto, também tiveram a prisão decretada hoje, o ex-deputado federal Pedro Corrêa, (PP-MT), condenado sete anos e dois meses de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; o ex-deputado federal Bispo Rodrigues, do PL (atual PR), condenado a seis anos e três meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; e o ex-diretor do Banco Rural Vinícius Samarane, condenado a oito anos e nove meses de prisão por lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.

Na terça-feira 3, o ex-deputado José Genoino também apresentou carta de renúncia, durante reunião da Mesa Diretora que iria decidir sobre a abertura do processo de cassação do seu mandato.


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