Política

União recorre contra decisão do STF que favoreceu novos partidos

AGU alega que decisão do ministro Gilmar Mendes em suspender andamento de projeto de lei que inibe a criação de novas legendas interferiu indevidamente no trâmite de processo legislativo

União recorre contra decisão do STF que favoreceu novos partidos
União recorre contra decisão do STF que favoreceu novos partidos
AGU alega que Gilmar Mendes interferiu indevidamente no trâmite de processo legislativo
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Por Débora Zampier

Brasília – A decisão que suspendeu o andamento do projeto de lei que inibe a criação de novos partidos foi contestada nesta quarta-feira 15 pela Advocacia-Geral da União (AGU). O órgão entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes em mandado de segurança do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

Para a AGU, a decisão de Mendes deve ser revista no plenário do Tribunal, pois o ministro interferiu indevidamente no trâmite de processo legislativo, fazendo um controle prévio de leis. “O controle preventivo de constitucionalidade deve ser visto com muita reserva, evitando a obstrução do amplo debate democrático que se trava no âmbito do parlamento”.

A AGU argumenta que os representantes de novos partidos não deixarão de ter direito a propaganda em rádio e televisão e verba do Fundo Partidário, conforme determina a Constituição. A única diferença é que receberão em proporção reduzida, segundo regulamenta a legislação eleitoral.

“A alegação de que determinadas agremiações partidárias estariam sendo preteridas partiu de mera alegação do impetrante, sem qualquer prova – muito menos pré-constituída – de que esta grave acusação seria verdadeira”, argumenta a AGU, que também entende que a velocidade na tramitação do processo não é prova de que há irregularidade.

Quanto ao argumento de que o projeto pretende atingir determinados partidos, a AGU lembra que o universo de legendas no país é restrito, o que permite a “indução equivocada” de que qualquer decisão é tomada com prejuízo a determinado grupo. A União informa que o projeto, na realidade, pretende “valorizar os partidos políticos” e “evitar distorções casuísticas imprimindo segurança institucional e jurídica”.

*Publicado originalmente em Agência Brasil.

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