Política

União Brasil expulsa deputado acusado de mandar matar Marielle

Chiquinho Brazão foi preso na manhã deste domingo pela Polícia Federal

O Deputado Chiquinho Brazão (RJ) em reunião com o então ministro da Saúde de Jair Bolsonaro (PL), Marcelo Queiroga. Foto: Wallace Martins /Ministério da Saúde
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O União Brasil decidiu expulsar o deputado federal Chiquinho Brazão (RJ), preso neste domingo sob suspeita de ter mandado matar a vereadora Marielle Franco, em 2018. A decisão foi tomada por unanimidade durante reunião extraordinária da Executiva Nacional.

Devido à urgência do tema, o encontro – previsto inicialmente para terça-feira – foi adiantado para a noite de domingo. A reunião aconteceu por videoconferência.

O deputado já havia solicitado ao Tribunal Superior Eleitoral no ano passado para se desfiliar da legenda comandada por Antonio de Rueda. Até o momento, contudo, a Corte não havia se manifestado sobre o pedido.

Chiquinho e seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Domingos Brazão, foram detidos durante as diligências da Operação Munder Inc., autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. O delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, também foi preso.

As investigações da Polícia Federal apontam que o trio encomendou ao ex-PM Ronnie Lessa a morte da vereadora do PSOL após ela se contrapor à expansão da milícia em áreas da Zona Oeste, reduto político-eleitoral do clã Brazão.

A operação deflagrada neste domingo representa o final das investigações sobre o assassinato de Marielle, executada a tiros em 14 de março de 2018. Ela acontece após Lessa fechar um acordo de colaboração premiada e apontar Chiquinho, Domingos e Rivaldo como autores intelectuais do crime.

Durante a semana, o plenário da Câmara deve decidir se valida ou não a prisão de Chiquinho Brazão. Isso porque, segundo a Constituição, deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, e, em caso de prisão, precisam ter o processo analisado pelos seus colegas.

O deputado estava no segundo mandato, era do baixo clero e do Centrão. Com atuação parlamentar bastante discreta, relatou somente oito projetos. Todas as propostas que caíram nas mãos dele estão paradas e distantes de serem votadas.

Mais cedo, a bancada do PSOL apresentou pedido de cassação do mandato de Brazão pelo envolvimento no crime. De acordo com o documento, a permanência do mandato representa uma mácula à imagem do Parlamento Brasileiro.

“Não é possível alguém acusado de crime tão brutal continuar exercendo mandato”, disse a CartaCapital a deputada Talíria Petrone, amiga de Marielle.

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