Política
União Brasil expulsa Celso Sabino por não romper com Lula
O ministro do Turismo afirmou deixar a legenda ‘com a ficha limpa’ e sem se curvar
A cúpula do União Brasil formalizou nesta segunda-feira 8 a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino (PA), que se recusou a deixar a pasta após a legenda romper com o governo Lula (PT).
Nas redes sociais, Sabino reagiu e disse que sua permanência no ministério se deve a uma “responsabilidade administrativa” e ao compromisso com projetos que considera essenciais para o País.
“Saio com a ficha limpa, sem nenhuma mácula. Trabalhei pelo Brasil, pela geração de emprego e pelo turismo. Não me curvei quando quiseram me obrigar a fazer algo com que eu não concordava”, declarou.
Sabino entrou na mira do União após ignorar a orientação de romper com Lula. O procedimento disciplinar começou em outubro, quando ele foi afastado temporariamente das atividades partidárias.
No fim de novembro, a Comissão de Ética do União aprovou um parecer que recomendava a expulsão por infidelidade partidária. Na ocasião, o ministro afirmou em entrevista a CartaCapital não ter discutido seus próximos passos por estar focado na realização da COP30. Além disso, cobrou “bom senso” ao União e voltou a defender que o melhor caminho para a sigla seria “seguir esse projeto de Brasil que envolve a liderança” de Lula.
Voz quase solitária em sua legenda na defesa da gestão petista, Sabino tentou, sem sucesso, convencer seus pares a conceder um salvo-conduto que lhe permitisse ficar à frente do Turismo até o fim deste ano.
Quando a sigla chefiada por Antonio de Rueda decidiu antecipar o desembarque do governo, o ministro procurou interlocutores e pediu mais tempo. Alegou que Lula iria à Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, e tinha agendas importantes a cumprir.
Depois, esticou o prazo fixado por Rueda para permanecer no Turismo. Posteriormente, chegou a anunciar a demissão, mas recuou ao receber o apoio de colegas na Câmara.
O gesto, além de consolidar sua aproximação com o Palácio do Planalto, escancarou uma divisão no partido entre dirigentes que buscam romper com o governo e uma base no Congresso Nacional cada vez mais disposta a permanecer ao lado do petista.
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