Política

Um ano após queda dos R$ 0,20, ato do MPL termina em tumulto

Caminhada do Movimento Passe Livre para celebrar queda no preço dos ônibus e pedir tarifa zero encontrou resistência policial após depredação de black blocs

Manifestantes do Movimento Passe Livre em ato pela tarifa zero
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A manifestação do Movimento Passe Livre (MPL) em São Paulo iniciada na tarde desta quinta-feira, 20, em prol da tarifa zero para o transporte público marcou um ano da conquista da derrubada do aumento de R$ 0,20 no preço do ônibus na cidade e terminou em tumulto.

O grupo se concentrou na Avenida Paulista, próximo à Praça do Ciclista, e saiu por volta das 16h30 para caminhar rumo à Marginal Pinheiros, onde barricadas foram montadas interrompendo o fluxo de uma das principais vias de São PauloA Polícia Militar estimou haver 1.300 pessoas no ato, mas o cálculo do MPL fala em 6 mil.

Na Avenida Rebouças, black blocs invadiram quatro agências bancárias, mas a ação foi contida por integrantes do MPL, que queriam a chegada pacífica até a Marginal. Lá, no entanto, houve depredações de concessionárias de veículos pelo mesmo grupo. Alguns minutos depois, policias militares do Batalhão de Choque chegaram e usaram bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral para dispersar o protesto.

“Vamos construir juntos uma festa que represente o nosso modelo de cidade: construída pelo povo e para o povo. Retomaremos a cidade dos ricos, assim como a população de São Paulo fez no Churrascão da Gente Diferenciada e nos Rolezinhos. Com arte, futebol popular e catracas em chamas para serem puladas à vontade, ocuparemos um símbolo de uma cidade que não é feita para nós”, propunha o MPL em seu site.

Advogados ativistas, observadores legais e pelo menos quatro defensores públicos acompanhavam o ato com objetivo de proteger os direitos dos manifestantes. No início da tarde, a reportagem do Cidadão Kane SP afirmou que havia pelo menos 300 integrantes do grupo black blocs. 

Os metroviários de São Paulo também foram representados no ato, que protestava ainda contra as 42 demissões anunciadas após a greve realizada pela categoria no início deste mês.

A presença policial foi pequena, mas o ato foi acompanhado por helicóptero pela PM. Até mesmo o bloqueio do trânsito foi feito pelos manifestantes. Após a manifestação, a PM, em entrevista coletiva, afirmou que o MPL, ao comunicar a realização do protesto, pediu para que os policiais não acompanhassem o ato de perto para evitar possíveis conflitos. “Eles que formalizaram esse pleito de afastamento da tropa da PM”, disse o coronel Leonardo Ribeiro.

Pelo Facebook, o MPL afirmou que o ato já estava dispersando quando a PM atacou os manifestantes. “A festa popular, que pautava a readmissão dos trabalhadores do transporte e a tarifa zero, foi violentamente reprimida com bobas de asfixia e estilhaçantes.”

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