Política

‘Tudo pode acontecer’, diz Bolsonaro sobre possibilidade de prisão

Na segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal federal a prisão do ex-presidente por cinco crimes

‘Tudo pode acontecer’, diz Bolsonaro sobre possibilidade de prisão
‘Tudo pode acontecer’, diz Bolsonaro sobre possibilidade de prisão
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante ato pela anistia em Brasília. Foto: Sergio Lima/AFP
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Com o julgamento pela trama golpista na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal se aproximando, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não descartou a possibilidade de ir preso e fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes.

“Tudo pode acontecer hoje em dia. Olha o Braga Netto, nunca vi uma prisão preventiva durar tanto tempo assim (…) É uma pessoa que sequestrou o Supremo Tribunal Federal [Alexandre de Moraes] e faz o que bem entende”, afirmou em entrevista ao portal Poder360.

Depois, Bolsonaro voltou atrás e rejeitou a possibilidade: “Não cogito prisão. Eu não fiz nada para perder minha liberdade, o mais sagrado que temos”. Com o passaporte retido, o ex-presidente negou que tenha planos de deixar o País. “Estou com 70 anos, cheio de problema de saúde, como é que vou para outro País”, disse.

Bolsonaro ainda disparou contra o procurador-geral, Paulo Gonet, responsável pelo pedido de prisão ao Supremo Tribunal Federal, e repetiu o discurso de que o processo se trata de uma perseguição política. “Eu não queria estar nessa situação, uma acusação absolutamente estapafúrdia”, disse.

O ex-presidente voltou a dizer que estava nos Estados Unidos durante os ataques golpistas de 8 de Janeiro e que, por isso, não poderia ser acusado de depredação de patrimônio público. Ele é acusado pela PGR de articular atos que levaram à invasão aos Três Poderes.

No documento de mais de 500 páginas, Gonet reforçou que Bolsonaro usou o cargo que ocupava para articular sua permanência no poder. “O réu agiu de forma sistemática, ao longo de seu mandato e após sua derrota nas urnas, para incitar a insurreição e a desestabilização do Estado Democrático de Direito”.

Nas alegações finais, a procuradoria pede que o ex-presidente seja condenado por cinco crimes, sendo eles: liderar organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, a pena máxima pode chegar a 46 anos.

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