Eleita com 67% dos votos de 451 delegados, a capixaba Paula Coradi, de 38 anos, comandará o PSOL até 2026. Historiadora e professora da educação básica, ela é integrante da corrente Primavera Socialista, que se uniu à Revolução Solidária, do deputado Guilherme Boulos, para formar a vitoriosa chapa “PSOL de todas as lutas”. Em um congresso marcado por gritos e brigas de militantes, o grupo superou com folga o “Bloco Democrático de Esquerda”, das deputadas Sâmia Bonfim e Fernanda Melchionna, que defendem a independência do partido em relação ao governo Lula. “É um equívoco”, avalia Coradi. “Não podemos ser confundidos com a oposição, hoje comandada pela extrema-direita.”
Para a nova presidente do PSOL, é possível manter a autonomia sem deixar de ocupar o espaço. “Decidimos que vamos continuar na base e lutar para que o programa eleito nas urnas seja implementado. Não podemos deixar o Centrão sequestrar a agenda”, explica. Na entrevista a seguir, Coradi fala dos planos do partido para as eleições municipais de 2024 e reconhece que a prioridade é eleger Boulos na capital paulista, com o apoio oficializado do PT e do PCdoB. “São Paulo é a maior cidade da América Latina, tem um peso enorme. Vamos concentrar toda a nossa energia nessa batalha.”
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