Política
Denarium (PSL) e Anchieta (PSDB) farão 2º turno em Roraima
Denarium teve 42,7% dos votos válidos, contra 38,8% de Anchieta


O segundo turno das eleições para governador de Roraima será disputado entre os candidatos Antonio Denarium (PSL) e José de Anchieta (PSDB). Segundo a Justiça Eleitoral, Denarium teve 42,7% dos votos, o que equivalente 102.156 dos votos válidos. Anchieta recebeu 38,8%, o correspondente a 92.519.
Durante a campanha, Anchieta aparecia em primeiro lugar e Denarium em segundo nas três pesquisas feito pelo Ibope. A governadora Suley Campos (PP) que concorria à reeleição, ficou em terceiro lugar, com 11,44% dos votos, o que corresponde a 27.623 dos votos válidos.
Antônio Denarium, do PSL, tenta aproveitar a onda pró-Bolsonaro em curso no estado — o único do Brasil que elegeria o capitão reformado do Exército no primeiro turno. Nascido em Goiânia, Denarium é empresário do agronegócio, presidente do frigorífico Frigo 10 e Cooperativa dos Produtores de Carne de Roraima. Ele disputa sua primeira eleição.
Denarium não é seu sobrenome, mas o nome de sua primeira empresa, a Denarium Fomento Mercantil.
No estado com a maior população indígena do Brasil, ele é contra a demarcação de terras. “Temos muito espaço para crescer. Podemos chegar a 1 milhão de hectares [a mais de área produtiva no estado]”, disse, em entrevista. Também é favorável a restringir o fluxo de imigrantes venezuelanos, “ou até fechar a fronteira também”.
Já Anchieta Júnior, do PSDB, governou o estado duas vezes. Na última, renunciou ao cargo em abril de 2014 para concorrer ao Senado — não se elegeu.
Em 2009, então vice-governador, sua chapa foi acusada pelo Ministério Público Eleitoral de abuso de poder político, econômico, compra de votos, conduta vedada a agente público e fraude eleitoral nas eleições de 2006. O TSE julgou e rejeitou a cassação de seu mandato.
Em 2010, foi acusado de envolver-se em irregularidades em obras de ampliação de rede elétrica no estado. No mesmo ano, teve seu carro revistado pela Polícia Federal, que suspeitava de uso do veículo para transporte de dinheiro para compra de votos. Não foi encontrado nada.
Em 2011, assumiu seu segundo mandato de governador, mas ele foi cassado um mês após seu empossamento por usar uma emissora de rádio do governo para promover sua candidatura. À época, sua advogada disse à Folha de S.Paulo achar a cassação “severa demais e desproporcional”. Anchieta Júnior conseguiu seguir no cargo após decisão do TSE.
*Este texto foi atualizado em 13/10/2018 às 12h01 para acrescentar a informação de que Anchieta Júnior obteve no TSE o direito de continuar o seu mandato.
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