Economia

Trump reduz tarifas sobre carne bovina, tomates, bananas e café

Alguns produtos agrícolas ficarão isentos das tarifas ‘recíprocas’ impostas neste ano

Trump reduz tarifas sobre carne bovina, tomates, bananas e café
Trump reduz tarifas sobre carne bovina, tomates, bananas e café
Donald Trump celebrou o acordo entre democratas e republicanos para aprovar o fim do shutdown no Senado. Foto: SAUL LOEB / AFP
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O presidente Donald Trump assinou um decreto nesta sexta-feira 14 para reduzir as tarifas dos Estados Unidos sobre importações agrícolas, como carne bovina, bananas, café e tomates, em um momento de pressão sobre o governo para diminuir o custo de vida para os americanos.

O decreto determina que alguns produtos agrícolas ficarão isentos das tarifas “recíprocas” impostas neste ano, após analisar questões como a capacidade de produção nacional de certos itens nos Estados Unidos.

Na lista publicada pela Casa Branca estão produtos que os Estados Unidos não cultivam ou o fazem em quantidades muito pequenas comparadas às suas necessidades: café, chá, abacate, tomate, manga, abacaxi, banana e coco, entre outros.

Trump emitiu em 2 de abril um decreto que modificou substancialmente a política comercial americana, ao impor tarifas aduaneiras mínimas de 10%, pois — em sua opinião — o déficit comercial constituía “uma ameaça incomum e extraordinária para a segurança nacional e a economia dos Estados Unidos”, lembrou a Casa Branca em comunicado.

A essa tarifa mínima foram adicionadas sobretaxas específicas a países e produtos.

O Tesouro americano começou a fazer arrecadações substanciais com as tarifas aduaneiras, mas, ao mesmo tempo, a inflação tem ganhado impulso no país por conta desses encargos.

Após uma primeira revisão em 5 de setembro, Trump agora considera que “a demanda interna atual de certos produtos e a capacidade interna para produzir certos produtos” o obrigam a reduzir novamente as tarifas.

Investigação sobre setor de carne

O custo de vida é citado pelos americanos como uma de suas principais preocupações nas pesquisas de opinião.

Na quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram acordos tarifários com o objetivo de reorganizar sua política comercial com Argentina, Equador, El Salvador e Guatemala, todos eles importantes produtores de insumos como o café, a carne bovina e as frutas.

Também na quinta-feira, o chanceler brasileiro Mauro Vieira disse, após se reunir com seu homólogo americano Marco Rubio, que os dois países avançam em um acordo provisório para desbloquear as relações bilaterais. O encontro aconteceu às margens da cúpula do G7, no Canadá.

Em um breve comunicado, o Departamento de Estado americano indicou que Rubio e Vieira “discutiram sobre um quadro mútuo para a relação comercial” bilateral.

O Brasil é o maior produtor mundial de café, cujo preço aumentou 20% em agosto e setembro, e também de carne bovina.

Após o anúncio desta sexta, o presidente da Associação Nacional do Café, Bill Murray, afirmou em comunicado que a decisão de reduzir as tarifas vai “suavizar a pressão do custo de vida para dois terços da população americana adulta que consume café todos os dias”.

O governo Trump reconheceu as preocupações sobre o custo de vida que os americanos enfrentam, e que motivaram o castigo eleitoral sofrido pelos democratas há um ano.

“Isso é algo que vamos solucionar, e vamos solucionar de imediato”, disse nesta semana Kevin Hassett, diretor do Conselho Nacional Econômico da Casa Branca.

Além da redução das tarifas, Trump anunciou, há uma semana, uma investigação sobre as práticas dos frigoríficos, os quais ele acusa de conspirar para fixar preços.

Segundo os últimos dados oficiais disponíveis, os preços ao consumidor da carne bovina aumentaram quase 15% em estimativa anual em setembro.

Em um relatório recente, a Farm Bureau, principal organização agrícola dos Estados Unidos, atribui os preços recorde à significativa diminuição do número de cabeças de gado nos últimos anos (a mais baixa em 74 anos), junto com uma demanda consistentemente forte.

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