Política

Trump: entre mudanças de opinião e dúvidas

O presidente eleito começa a recuar de medidas polêmicas que apresentou na campanha, mas ainda restam muitas incertezas

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Mesmo antes de assumir a Casa Branca, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, já se distancia de posturas assumidas na campanha eleitoral, durante a qual abusou de uma retórica polêmica e incendiária, em temas que vão da mudança climática ao uso de tortura. Confira, a seguir, as principais mudanças e recuos do republicano.

Mudanças:

Clima
Na corrida eleitoral, Trump havia afirmado que a mudança climática era um boato disseminado pela China e que seu governo resistiria a qualquer acordo sobre meio ambiente que pudesse afetar os empregos nos Estados Unidos. Esta semana, porém, o republicano disse que ainda analisa a saída (ou não) dos Estados Unidos dos acordos de Paris, garantindo que mantém “uma mente aberta” sobre o tema.

Serviços de saúde
Durante a campanha, Trump afirmou que sua primeira iniciativa no governo seria pôr fim ao sistema de Saúde em vigor – o chamado “Obamacare”. Depois de um encontro com o presidente Barak Obama disse que consideraria manter aspectos do plano.

Investigação contra Hillary Clinton
A promessa de iniciar uma investigação especial contra sua ex-oponente democrata foi uma das mais polêmicas de sua campanha. Esta semana, ele reconheceu ao The New York Times que não queria “ferir os Clinton” e que uma investigação especial contra Hillary poderia ser “muito divisiva” para o país.

Uso da tortura
Trump foi ovacionado em seus comícios de campanha, ao afirmar que restabeleceria a autorização para aplicar torturas a prisioneiros. Mudou de ideia depois de uma conversa com um assessor militar, que lhe indicou que a experiência demonstrava que a tortura era um método ineficaz.

Dúvidas:

O famoso muro
A ideia de construir um muro na fronteira com o México – e fazer os mexicanos pagarem pela obra – foi uma das mais extravagantes de toda a campanha de Trump. Uma das primeiras medidas de seu governo, conforme antecipado por ele, será ordenar uma investigação sobre abusos no programa de vistos americanos. Por enquanto, segue sem mencionar o tal muro.

Extrema-direita na Casa Branca
Trump desautorizou e condenou um grupo radical de direita, o qual celebrou sua vitória com  saudações de “Heil, Trump!” e o braço direito estendido no estilo nazista. Como um de seus principais assessores e estrategistas, o novo presidente escolheu, porém, Steve Bannon, que dirigiu o “site” Breitbart, uma plataforma on-line de expressão da nova ultradireita americana.

Limpar a lama
Na campanha, Trump prometeu “limpar a lama”, referindo-se à sua vontade de tirar de cena a elite política de Washington. Ainda assim, nomeou como seu chefe de gabinete o presidente do Comitê Nacional Republicano, Reince Priebus, e a governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, como embaixadora na ONU, por exemplo. Ambos são vistos como a elite tradicional que controla o partido.

Rússia
As relações entre Washington e Moscou se encontram em seu pior momento desde o fim da Guerra Fria, mas Trump disse ter certeza de que poderá ter uma “relação muito boa” com o presidente Vladimir Putin.

Israel
Em entrevista recente, disse que lhe “encantaria” ser a pessoa a conseguir selar a paz entre israelenses e palestinos. Durante a campanha, no entanto, provocou o ódio dos palestinos ao propor reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

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